sábado, 19 de novembro de 2011

Atalaia



Localização

A cidade fica a 48 km da capital do estado, Maceió. Tradicional cidade alagoana, Atalaia tem sua história marcada não somente pelo episódio da destruição do Quilombo dos Palmares, mas também pelo fato de, em suas terras, ter surgido a primeira usina de açúcar de Alagoas, uma das maiores do Brasil, em sua época: A Usina Brasileira.

Origem do nome

Há duas hipóteses para a origem do nome "Atalaia". A primeira afirma que o nome se deve ao fato de que as tropas comandadas por Domingos Jorge Velho, contratado para destruir o Quilombo dos Palmares ficavam de "atalaia" (vigilância). Porém, essa hipótese não é bastante aceita pelos historiadores, pois o nome do município foi dado por D. josé I somente em 1764, em homenagem, provavelmente ao Visconde de Atalaia, fidalgo portugês muito amigo de D. José I. Esta é a hipótese mais aceita. Contribui para isso o fato de que Atalaia começou a ser povoada por volta de 1692, tendo tido como primeiro nome Arraial dos Palmares. Portanto, até o ano de 1764, não há menção nos registros históricos do nome Atalaia.

História

A ocupação das terras onde hoje situa-se o município inicou-se por volta de 1692 por Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista contratado pelo então Governador da Província de Pernambuco Fernão de Souza Carrilho para destruir o Quilombo dos Palmares.

Domingos Jorge Velho havia recebido do governo português a promessa de uma sesmaria (seis léguas de terra), como recompensa pela destruição do Quilombo dos Palmares. Com a destruição de Palmares, e a consequente morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695 o bandeirante esperou o cumprimento da promessa, e se estabeleceu no atual bairro da Cidade Alta, de onde ficava de vigilância (atalaia), durante a luta contra os negros palmarinos. O bandeirante batizou a nova povoação de Arraial dos Palmares.

Por volta de 1697, Domingos Jorge Velho mandou construir a Capela de Nossa Senhora das Brotas - a primeira edificação de Atalaia - santa que considerava como sua protetora. Esta é ainda hoje a padroeira de Atalaia. Para tentar agradar à Coroa Portuguesa, Domingos Jorge Velho lhe envia carta comunicando o desejo de que a povoação iniciada por ele passasse a se chamar Vila Real de Bragança, para que a mesma ficasse sob a proteção da Casa de Bragança, para que mais rápido se desenvolvesse. Porém, o pedido foi negado por D. José I. No final de 1700, Domingos Jorge Velho morre sem, no entanto, receber da Coroa Portuguesa o decreto de doação da sesmaria. Apesar do crescimento da povoação, o Arraial dos Palmares não era reconhecido pelas autoridades. Somente em 12 de março de 1701, o Governador da Província de Pernambuco recebe Carta Régia determinando a criação oficial do arraial, porém com o nome de Arraial de Nossa Senhora das Brotas. No entanto, este nome não caiu no gosto dos habitantes, permanecendo os habitantes utilizando a denominação Arraial dos Palmares. Somente em 1716, os filhos e a esposa de Domingos Jorge Velho recebem o decreto que doa a sesmaria onde hoje localiza-se Atalaia, como recompensa pela destruição dos Palmares.

Durante o governo do 10.° Ouvidor da Província de Alagoas, Manuel Álvares, os habitantes do Arraial dos Palmares, por seu intermédio, solicitaram ao governo português a elevação do arraial à categoria de vila. D. José I atendeu em parte às reivindicações da população, elevando o Arraial dos Palmares à categoria de vila, porém, com o nome de Vila de Atalaia, em homenagem ao Conde de Atalaia, seu amigo particular. Este decreto data de 1 de fevereiro de 1764, considerada a data de sua fundação. Foi a quarta vila criada em Alagoas, depois de Porto Calvo, Marechal Deodoro (antiga Alagoas) e Penedo.

Usina Brasileiro
O desenvolvimento da economia açucareira alagoana aumentou em 1892, com a construção da 1ª usina de açúcar em Alagoas – a Usina Brasileiro – instalada no município de Atalaia, por uma firma particular e sem a ajuda do governo. Seu fundador foi o francês Baron du Saint Siége Félix Eugène Wandesmet, o Barão de Vandesmet, e como era conhecido. Félix Wandesmet era Cônsul da França no Brasil. Dono de grande poder econômico construiu a usina em Atalaia ao mesmo tempo em que construía no Pilar uma destilaria de álcool, cuja matéria prima – o mel – era fornecida pelos engenhos de açúcar daquele município e de Atalaia.

Além de possuir grande tino administrativo era o industrial francês um inovador, criador de novas técnicas. Foi o primeiro a usar em Alagoas a irrigação de fazendas através de motor a gás pobre (lenha). Instalou um telefone à manivela para a sua comunicação entre a usina e Atalaia. Introduziu em Alagoas as variedades de cana de açúcar: Demerara, Barbados e White Transparent. Teve a usina várias denominações “Usina Brasileiro Félix Wandesmet” desde a sua fundação até 21 de outubro de 1922, quando passou a se chamar “Usina Brasileiro Wandesmet & Cia”. A sua primeira moagem se deu a 18 de janeiro de 1892, debaixo de grande regozijo para uns e tristezas para outros – os Senhores de Engenhos – que viram ruir de repente o seu poderio, tornando-se destarte, simples fornecedores.
A sua instalação primitiva coube à responsabilidade do mecânico João Siqueira, pai dos jornalistas atalaienses Valdir e Valmir Calheiros de Siqueira. Montada inicialmente com um motor de 90 HP e 8 turbinas, sofreu reformas em 1905 passando a moendas de tríplice pressão – três motores de explosão a óleo diesel, de fabricação inglesa (Blackstone) e dois de fabricação tcheca, (Esokad) comprados a COTRIMONTE. A instalação destes motores coube ao mecânico João Monteiro Malheiros, conhecido por João Dezenove, por ter perdido um dedo da mão por acidente.

Na primeira moagem a safra foi de 4.000 sacas de açúcar, atingindo posteriormente a mais de 300.000. O açúcar seguia para o Pilar, e daí, em embarcações lacustres, para o porto de Maceió. Moeu pela ultima vez na safra de 1957/58 com uma produção de 36.562 sacas de açúcar demerara e 700 de açúcar cristal. O local onde foi instalada a usina, a menos de dez quilômetros da cidade, tornou-se um grande centro populoso, na época, e até se tornou ponto turístico, pois muitos vinham ver a “usina do francês” ou a “industria do Barão”. A localidade possuía uma feira livre aos sábados e domingos que atraia comerciantes de outros municípios.
O progresso desta usina foi tão grande no tempo do seu fundador que foi considerada a de maior produtividade, na época em todo país. O entusiasmo do Barão dinamizou a vida socioeconômica e cultural de Atalaia. As festas natalinas que ali se realizavam atraiam gente de quase todo Estado. Os vagões de trem da usina eram postos à disposição para o seu transporte. Neste período o folclore em Atalaia tomou grande impulso, vivendo a sua fase áurea, especialmente o guerreiro, a chegança, a cavalhada e pastoril. Morreu Félix Vandesmet em 1932, na usina Brasileiro.

Com a morte do Barão a usina passou a ser administrada por Paulo Decapot e o engenheiro Oscar Berard, sendo dois dos seus seis filhos, Malembranche e Agenor Berard Carneiro da Cunha, os maiores mandantes. Em 1933, Oscar Berard, já dono da Usina Rio Branco (União Agrícola Usina Rio Branco), conhecida por Usina Estrada Branca, por ficar situada no povoado Estrada Branca, deste município, comprou a Usina Brasileiro. Em 1941, Grupo Celso Piat e Carlos Piat compra a Usina Brasileiro. Não safrejou nem uma vez nas mãos deste grupo; havia muitos credores e a negociação ficou pendente. Em 1942, entra em litígio. Em 1965, os Berard requerem ação de sequestro e a justiça concedeu, nomeando um depositário judicial, o Sr. Antonio Carlos de Morais. O Banco do Brasil foi um dos seus grandes credores depositários.

Em 1º de dezembro de 1933 passa a usina às mãos dos Berard e a firma muda para Usina Brasileiro Oscar & Cia”e em 1941 já em poder do Grupo Piat, denominou-se “Usina Brasileiro de Açúcar e Álcool S.A.” com o qual chegou a seu fim em 1958. Conta-se que logo após a morte do Barão as coisas mudaram para os operários. Eles passaram a ser mal remunerados e demitidos em massa. Um destes sofredores vaticinou: “de agora em diante esta usina há de crescer como borracha no fogo, e o seu telhado há de ser coberto de mato”. Além da Usina Brasileiro, Atalaia possui outras cinco usinas açucareiras: a Usina Uruba, fundada em 1907 pela Família Peixoto, vendida em 1976 para o Grupo João Lyra, é a única ainda em funcionamento no município; a Usina Ouricuri, no povoado de mesmo nome, fundada em 1921, pertencia a tradicional família Tenório, faliu em 1991; a Usina Vitória do Cacaú, da família Moarais, em 1956, moeu apenas por duas safras; as Usinas São José e Rio Branco, dos irmão Decaport, que fecharam as usinas quando compraram a Usina Brasileiro.

Acervo histórico

Atalaia, por ter sido um dos primeiros núcleos populacionais de Alagoas, possui importante acervo histórico, como a Capela de São José (antiga Capela de Nossa Senhora das Brotas), primeira edificação construída em Atalaia por Domingos Jorge Velho em 1697, a imponente Igreja Matriz de Nossa Senhora das Brotas, construída por Domingos Jorge Velho em 1701 com suas imagens antigas e seu altar-mor belíssimo, a Casa Grande da Fazenda Jardim das Lajes, a Praça do Bi-Centenário, as ruínas da Usina Brasileiro - primeira usina de Alagoas -, da Usina Ouricuri, Vitória do Cacaú, e o casaio histórico da Avenida Barão José Miguel, no centro da cidade, e na Rua de Cima, no bairro da Cidade Alta.

Famílias tradicionais atalaienses

Atalaia é terra de tradicionais famílias alagoanas como: Uchôa Lopes de Omena, Miranda, Lyra, Albuquerque, Gregório, Tenório, Vieira da Costa, Lopes, Araújo, Morais, Melo, Fernandes, Nonô da Silva, Brasil, Maia e Fidélis de Moura (Esta última família é tradicional em Pindoba, município que já fez parte de Atalaia). É terra de figuras ilustres como o José Miguel de Vasconcelos, barão de Parangaba (Fazenda Jardim das lajes ainda em posse dos descendentes), o ex-senador Nelson Tenório de Oliveira, o atual senador João Tenório, o ex-deputado estadual e ex-prefeito José Lopes Duarte (Zeca Lopes) e o jogador de futebol Aloísio Chulapa.

Atualmente

Continua se constituindo numa importante cidade alagoana. Tem uma população de 16.598 habitantes na zona urbana e mais 35.044 na zona rural. Nos últimos anos perdeu duas importantes fontes de geração de emprego e renda: a Comesa (siderúrgica) pertencente ao grupo Gerdau, a Usina Ouricuri (açúcar e álcool), a Cerâmica da Porangaba, uma das maiores produtoras de tijolos e telhas do estado, e a CORAL (Couro de Alagoas S/A). O município tem tentado atrair algumas indústrias nos últimos anos, com a criação do Pólo Industrial de Atalaia, oferecendo isenção de impostos para as indústrias que forem ai se instalar.

Aniversário 2 de fevereiro
Fundação 1697, por Domingos Jorge Velho
Gentílico atalaiense
Lema E tempo de esperança
Prefeito(a) Francisco Luiz de Albuquerque Pontes (PTB)
(2009–2012)

Localização no Brasil
09° 30' 07" S 36° 01' 22" O
Unidade federativa Alagoas
Mesorregião Leste Alagoano IBGE/2008
Microrregião Mata Alagoana IBGE/2008
Municípios limítrofes Pilar, Capela, Boca da Mata, Pindoba e Maribondo
Distância até a capital 48 km
Características geográficas
Área 531,983 km²
População 44 379 hab. IBGE/2010[3]
Densidade 83,42 hab./km²
Clima tropical quente e úmido
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,594 médio PNUD/2000
PIB R$ 202 285,031 mil IBGE/2008
PIB per capita R$ 3 897,37 IBGE/2008



Anadia


História

O nome original do município era Campos do Arrozal de nhauns. Em 1801, quando foi elevado à categoria de vila, passou a ser chamada Vila Nova de Anadia, em homenagem
ao Visconde de Anadia, ministro português que autorizou a criação da vila. A freguesia foi instalada em 1802. Fez parte da Comarca de Marechal Deodoro até 1833 e a partir desta data, passou para a Comarca de Penedo. Hoje, a cidade tem sua própria comarca.

A Festa da Padroeira, no dia 2 de fevereiro, é um dos pontos altos do município, que recebe milhares de fiéis na já tradicional procissão. De população festiva, Anadia se orgulha de manter viva algumas tradições como: carnaval, vaquejada e, principalmente, dos festejos juninos, ostentando o título de terceiro lugar estadual, com suas animadas quadrilhas.


Geografia

Localiza-se a uma latitude 09º41'04" sul e a uma longitude
36º18'15" oeste, estando a uma altitude de 153 metros.
Sua população estimada em 2004 era de 17.740 habitantes.
Possui uma área de 190,3 km².


Aniversário 18 de julho
Fundação 1895 (116 anos)
Gentílico anadiense
Prefeito(a) Sania Tereza Palmeira Barros (PT)
(2009–2012)

Localização no Brasil
09° 41' 04" S 36° 18' 15" W
Unidade federativa Alagoas
Mesorregião Leste Alagoano IBGE/2008
Microrregião São Miguel dos Campos IBGE/2008
Municípios limítrofes Boca da Mata, São Miguel
dos Campos, Campo Alegre, Limoeiro de Anadia,
Taquarana, Tanque d'Arca, Belém e Maribondo.
Distância até a capital 94 km

Características geográficas
Área 189,471 km² [2]
População 17 423 hab. IBGE/2010
Densidade 91,96 hab./km²
Altitude 153 m
Clima tropical, com temperatura média de 26°C
Fuso horário UTC-3

Indicadores
IDH 0,609 médio PNUD/2000[4]
PIB R$ 63 214,927 mil IBGE/2008[5]
PIB per capita R$ 3 558,40 IBGE/2008

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Engenhos remanescentes do litoral alagoano

                                                                     


O levantamento iconográfico realizado pela arquiteta Lêda Paula Lopes Ferreira nos engenhos localizados no litoral norte do Estado de alagoas, é um trabalho levado a efeito com esmero e capricho inconfundíveis, e retratam a beleza e riqueza inestimável da nossa querida Alagoas – ainda província de Pernambuco dos séculos XVI a XIX – quando éramos a porção de terra mais rica da Capitania, e agregávamos os engenhos mais produtivos da época. Os Holandeses, que ali fixaram morada durante cerca de duas décadas, resistiram á expulsão até a rendição total; tendo, em represália, destruído alguns engenhos, com suas respectivas estruturas.

A casa-grande traduz a função social de estabelecimento, daquela unidade econômica e social, e representa o centro da vida da sociedade do engenho. Sua importância vem com o fortalecimento de sua função como ponto de reunião, de pensamento, de família.

Variavam, em sua aparência arquitetônica, os tipos de casas-grande: umas, de um só pavimento, espalhando-se horizontalmente; outras, de dois pavimentos. Algumas construídas aproveitando-se a parte térrea, com o porão. Sempre com janelas em todos os lados, varandas contornando a casa e sustentando os beirais, pilares vistosos. Existem outras com balaustradas de ferro ou de tijolos. O sistema construtivo mais utilizado nas casas-grandes dos senhores que eram mais abastados foi a alvenaria de tijolos; e teve sua origem no século XVI.

A implantação privilegiada da casa-grande, geralmente a cavaleiro das demais construções, permitia  ao senhor de engenho um maior controle de sua propriedade e a afirmação de autoridade.

Seguem alguns dos exemplares remanescentes do litoral alagoano

Casa-grande Jenipapo, Porto Calvo.
 Casa-grande do engenho Santa Regina, São Luiz do Quitunde.
Casa-grande do engenho São Gonçalo, Porto Calvo.
Casa-grande do engenho Cabeça de Porco, Barra de Santo Antônio
Casa-grande do engenho Bom Destino, Porto de Pedras.
Casa-grande do engenho Sacramento, São Luiz do Quitunde

Por Paulo Gomes
Fotos Lêda Paula

Fonte Revista Aplausos

Pesquisa:
Blog Belezas Alagoanas

Contato:
E-mail: blogassociado1@live.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Marechal Floriano Peixoto

Floriano Peixoto - 1881
Floriano Vieira Peixoto (Maceió, 30 de abril de 1839 — Barra Mansa, 29 de junho de 1895) foi um militar e político brasileiro. Primeiro vice-presidente e segundo presidente do Brasil, presidiu o Brasil de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894, no período da República Velha. Foi denominado "Marechal de Ferro"  e  "Consolidador da República".

Origem e carreira político-militar

Nascido em Ipioca, distrito da cidade de Maceió (Alagoas) numa família pobre de recursos, mas ilustre e ativa na política: seu avô materno, Inácio Accioli de Vasconcellos, foi revolucionário em 1817. Foi criado pelo padrinho e tio, coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Floriano Vieira Peixoto foi matriculado numa escola primária em Maceió (Alagoas) e aos dezesseis anos foi para o Rio de Janeiro, matriculado no Colégio São Pedro de Alcântara.

Assentado praça em 1857, ingressou na Escola Militar em 1861. Em 1863 recebeu a patente de primeiro-tenente, seguindo sua carreira militar.
Floriano era formado em Ciências Físicas e Matemáticas.

Floriano ocupava posições inferiores no exército até a Guerra do Paraguai, quando chegou ao posto de tenente-coronel. Ingressou na política como presidente da província de Mato Grosso, passando alguns anos como ajudante-geral do exército.

No dia da proclamação da república, encarregado da segurança do ministério do Visconde de Ouro Preto, Floriano se recusou a atacar os revoltosos e assim se justificou sua insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro Preto:

"Sim, mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos brasileiros!"
— Floriano Peixoto

Em seguida, aderindo ao movimento republicano, Floriano Peixoto deu voz de prisão ao chefe de governo Visconde de Ouro Preto.

Após a proclamação da república, assumiu a vice-presidência de Deodoro da Fonseca durante o Governo Provisório, sendo depois eleito vice presidente constitucional e assumiu a presidência da república em 23 de novembro de 1891, com a renúncia do marechal Deodoro.

Presidência da República

Seu governo teve grande oposição de setores conservadores, como a publicação do Manifesto dos 13 generais. O apelido ou alcunha, de "marechal de ferro" era devido à sua atuação enérgica e ditatorial, pois agiu com determinação ao debelar as sucessivas rebeliões que marcaram os primeiros anos da república do Brasil. Recebeu também o título de Consolidador da República.

Marechal Floriano Peixoto - 1891
Entre estas, a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, chefiada pelo almirante Saldanha da Gama, e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, ambas com apoio estrangeiro.  A vitória de Floriano sobre essa segunda revolta gerou a ainda controversa mudança de nome da cidade de Nossa Senhora de Desterro, para Florianópolis ("Cidade Floriana") em Santa Catarina.

Em seu governo determinou a reabertura do congresso e o controle sobre o preço dos gêneros alimentícios de 1ª necessidade e os aluguéis.

Apesar da constituição versar no art. 4 novas eleições quando o presidente renunciasse antes de dois anos, Floriano permaneceu em seu cargo, alegando que a própria constituição abria uma exceção, ao determinar que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo povo, assumindo assim o papel de consolidador da República.

Entre o final de 1891 e 15 de novembro de 1894, o governo de Floriano Peixoto foi inconstitucional, pois estava a presidência da República sendo exercida pelo vice-presidente sem que tivessem acontecido novas eleições presidenciais, como exigia a constituição.

Floriano Peixoto entregou o poder em 15 de novembro de 1894 a Prudente de Morais, falecendo um ano depois, em sua fazenda.

Deixou um testamento político, no qual diz que "Consolidador da República" foram, na verdade, as diversas forças que fizeram a república.

Início da ditadura

Consta que Floriano Peixoto lançou uma ditadura de salvação nacional.

Seu governo era de orientação nacionalista e centralizadora.

Demitiu todos os governadores que apoiaram Deodoro da Fonseca.

Na chamada Segunda Revolta da Armada agiu de forma contundente vencendo-a de maneira implacável, ao contrário de Deodoro.


A segunda Revolta da Armada

Floriano Peixoto e a Revolta da Armada numa ilustração de Angelo Agostini.

Aconteceu em 1893, desta vez contra o presidente, marechal Floriano Peixoto.  Esta também foi chefiada pelo almirante Custódio de Melo, depois substituído pelo almirante Saldanha da Gama. Floriano não cedeu às ameaças; assim, o almirante ordena o bombardeio da capital brasileira. O movimento desencadeado pela marinha de guerra no Rio de Janeiro terminou em 1894, com a fuga dos revoltosos para Buenos Aires.

Marechal de Ferro

O Marechal de Ferro, em seus três anos de governo como presidente, enfrentou a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, iniciada em fevereiro de 1893. Ao enfrentá-la, apoiou Júlio Prates de Castilhos.

O culto à personalidade de Floriano – o florianismo – foi o precursor dos demais "ismos" da política do Brasil: o getulismo, o ademarismo, o janismo, o brizolismo,o malufismo e o lulismo.

Representações na cultura

Floriano Peixoto já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Cláudio Cavalcanti na minissérie "República" (1989) e Othon Bastos no filme "Policarpo Quaresma, Herói do Brasil" (1998).


Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 100 (cem cruzeiros) colocadas em circulação no Brasil entre 1970 e 1980.

A cidade de Desterro foi renomeada para fazer uma homenagem a Floriano Peixoto, virando Florianópolis.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Arapiraca



Av. Ceci Cunha, acesso a Arapiraca pela a rodovia AL 220


Arapiraca é um município localizado no estado brasileiro de Alagoas.
Principal cidade do Agreste Alagoano, com aproximadamente 210.000 
habitantes, é atualmente a segunda cidade mais populosa do estado, 
posicionando-se logo depois de sua capital, Maceió, da qual se 
distancia 123
quilômetros. Ficou conhecida, nos anos 70, como a "Capital do Fumo" 
por ser o maior produtor de tabaco do país.

História
O local começou a ser povoado na primeira metade do século
XIX. Como distrito, Arapiraca esteve subordinada,
sucessivamente, a Penedo, Porto Real do Colégio, São Brás e
Limoeiro. Foi elevado à categoria de município em 30 de
outubro de 1924, constituindo-se de territórios
desmembrados de Palmeira dos Índios, Porto Real, São Brás,
Traipu e Limoeiro.
A partir da década de 1970, por conta da grande área
plantada de fumo, que gerou um excesso do produto nas
pequenas indústrias de beneficiamento do tabaco que havia
na região, e a consequente diminuição no preço, seguiu-se
um ciclo de decadência da fumicultura. Desde os anos de
1980 experimenta um crescimento econômico com seu
comércio (com destaque para a tradicional feira livre) e
serviços. Além disso, o setor industrial do município tem
apresentado relativo crescimento nos últimos anos.

 
 
 
Geografia
Sua população é de 210.521 habitantes (estimativa 2009) e
sua área é de 351 km² (599,7 h/km²). A cidade, situada
numa ampla planície, fica a 265 metros de altitude, distando
123 quilômetros de Maceió e 44 quilômetros de Palmeira dos
Índios. O clima é considerado um dos mais saudáveis do
estado.
O mais importante município do interior alagoano,
Arapiraca destaca-se como importante centro comercial da
região agreste localizando-se no centro geográfico do estado
de Alagoas. A área de influência direta do município atinge
uma população de aproximadamente meio milhão de
habitantes.
Limita ao norte com o município de Igaci, ao sul com o
município de São Sebastião, a leste com os municípios de
Coité do Noia e Limoeiro de Anadia, a oeste com os
municípios de Lagoa da Canoa e Girau do Ponciano e Feira
Grande, a noroeste com o município de Craíbas e a sudeste
com o município de Junqueiro.

Administração
Seu prefeito atual (2004/2012) é Luciano Barbosa,
ex-ministro da Integração Nacional do governo Fernando
Henrique Cardoso. Em outubro de 2008, é reeleito com mais
de 90% dos votos válidos (68, 15% do número total de
eleitores do município) para um período de mais quatro
anos no governo do município, a partir de 1º de janeiro de
2009. Arapiraca conta com 122.423 eleitores (TSE/março
2010).

                              Vista Pacial da Praça Manoel André

Economia
A cultura do fumo teve importância fundamental para a
elevação de Arapiraca a categoria de município, uma vez que
o conhecido "ouro verde" brotava nos latifúndios das
tradicionais famílias que resolveram se estabelecer no local,
que alcançou maior desenvolvimento econômico que Anadia.
Paralelo ao desenvolvimento da cultura fumageira,
Arapiraca desenvolveu uma feira livre, às segundas-feiras,
onde comerciantes locais e de municípios vizinhos mantém
bancas onde se oferecem uma infinidade de mercadorias. A
região central do Estado de Alagoas deu destaque e 
influência ao seu comércio.
De acordo com dados do IBGE o município apresenta um PIB
de 1.308.222,00 reais (2007).
Atualmente (2008) há uma profusão de projetos no campo
da urbanização pública (moradia e vias públicas) e do
mercado imobiliário (conjuntos residenciais de casas e de
apartamentos). O campo da educação está em franco
crescimento, com duas universidades públicas, UNEAL e
UFAL, além de uma dúzia de faculdades privadas.
Neste ano (2009), Arapiraca foi considerada a cidade mais
dinâmica do estado, a 3ª da região Nordeste e a 10ª do
Brasil.

Emissoras de Rádio de Arapiraca
Emissoras de FM:
96,9 MHz - 96 FM
101,1 MHz - Gazeta FM
101,9 MHz - Pajuçara
103,3 MHz - Jovem Pan
105,3 MHz - Imprima
106,9 MHz - Educativa
Emissoras de AM:
570 kHz - Novo Nordeste

Canais de TV: Com sede em Maceió (AL)
02 - TV Alagoas - SBT
06 - TV Gazeta - Globo
09 - TV Pajuçara - Record
13 - Band
21 - TVE Alagoas - TV Brasil
25 - Canção Nova

Água Branca


Água Branca é um município brasileiro do estado de Alagoas, situado no sertão. Localiza-se a uma latitude 09º15'39" sul e a uma longitude 37º56'10" oeste, estando a uma altitude de 570 metros. É o segundo ponto mais alto de Alagoas. Sua população estimada em 2007 era de 19.316 habitantes.
Possui uma área de 456,6 km².

História

Até o século XVII o território de Água Branca fazia parte das sesmarias de Paulo Afonso (BA) que compreendiam, também, os atuais municípios de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia, sendo uma das cidades mais antigas do Estado. Foi denominada Mata Pequena, Matinha de Água Branca, até se tornar o município de Água Branca. O nome veio de uma serra da região, rica em fontes de águas muito limpas. Sua fundação se deve a três irmãos da Família Vieira Sandes, que liderados pelo Capitão Faustino Vieira Sandes, saíram da localidade de Boacica, hoje parte dos municípios de Igreja Nova e Porto Real do Colégio (Vale do Itiúba), para desbravarem o sertão Alagoano.


Principais Pontos Turísticos

Atrativos Históricos
Água Branca tem na arquitetura antiga um de seus maiores atrativos, apreciada na Igreja Matriz, na Igrejinha do Rosário, no Centro Histórico da Praça da Matriz, na Casa do Barão de Água Branca e no calçamento da Praça Fernandes Lima, Serra do Himalaia.

Clima
Temperado
Temperatura Média
30ºC
Localização:
Sertão Alagoano

Aniversário 24 de Abril
Fundação 1875
Gentílico agua-branquense
Lema Agua é Vida
Prefeito(a)
José Rodrigues Gomes (PMDB)
(2009–2012)


Unidade federativa: Alagoas
Mesorregião: Sertão Alagoano IBGE/2008
Microrregião: Serrana do Sertão Alagoano IBGE/2008
Municípios limítrofes: 
Ao norte, Tacaratu (PE) e Mata Grande.
Ao sul: com Delmiro Gouveia e Olho d'Água do Casado 
A leste com Inhapi e Olho d'Água do Casado e a oeste com Pariconha.
Distância até a capital 304 km



domingo, 7 de agosto de 2011

Theotônio Vilela Brandão

Theotônio Vilela Brandão

Nascido na cidade de Viçosa, Alagoas, em 26 de janeiro de 1907, Theotônio Vilela Brandão era filho de médico e farmacêutico. Iniciou seus estudos ainda em Viçosa, transferindo-se juntamente com sua família para Maceió aos dez anos de idade, terminando na capital o segundo grau.

Em 1923 ingressa na Faculdade de Medicina em Salvador, concluindo o curso no Rio de Janeiro em 1929. Formou-se também em Farmácia, em 1928. Colaborava diretamente do Rio de Janeiro com poemas e crônicas enviadas para os jornalzinhos de sua cidade natal, Viçosa.

Mudou-se para Recife em 1930, onde trabalhou como pediatra no Hospital Manoel S. Almeida e na Inspetoria de Higiene Infantil e Pré-Escolar do Departamento de Saúde Pública de Pernambuco.

De volta à Maceió, continua a exercer a profissão de pediatra e obstetra. Fez parte da Geração Intelectual de Alagoas, que tinha como membros nomes ilustres como Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz e Aurélio Buarque de Holanda.

Foi folclorista e publicou diversos trabalhos sobre o folclore alagoano, entre eles, “Folclore em Alagoas” em 1949, pelo qual recebeu um prêmio da Academia Alagoana de Letras e o Prêmio João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras.

Em 1960 assumiu a cadeira de Antropologia da Universidade Federal de Alagoas. Participou de sociedades de antropologia no Brasil, Portugal e Espanha. Em 20 de agosto de 1975, foi criado o museu Théo Brandão para que fosse abrigada a sua coleção de arte popular doada à Universidade Federal de Alagoas.

Théo Brandão morreu em Maceió, no dia 29 de setembro de 1981. Seu corpo foi velado no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore.


Museu Théo Vilela,
Av. da Paz Maceió-AL
Em 20 de agosto de 1975, a Universidade Federal de Alagoas criou o Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, para abrigar o acervo do folclorista (sobre arte popular) doado à universidade.