sábado, 19 de novembro de 2011

Atalaia



Localização

A cidade fica a 48 km da capital do estado, Maceió. Tradicional cidade alagoana, Atalaia tem sua história marcada não somente pelo episódio da destruição do Quilombo dos Palmares, mas também pelo fato de, em suas terras, ter surgido a primeira usina de açúcar de Alagoas, uma das maiores do Brasil, em sua época: A Usina Brasileira.

Origem do nome

Há duas hipóteses para a origem do nome "Atalaia". A primeira afirma que o nome se deve ao fato de que as tropas comandadas por Domingos Jorge Velho, contratado para destruir o Quilombo dos Palmares ficavam de "atalaia" (vigilância). Porém, essa hipótese não é bastante aceita pelos historiadores, pois o nome do município foi dado por D. josé I somente em 1764, em homenagem, provavelmente ao Visconde de Atalaia, fidalgo portugês muito amigo de D. José I. Esta é a hipótese mais aceita. Contribui para isso o fato de que Atalaia começou a ser povoada por volta de 1692, tendo tido como primeiro nome Arraial dos Palmares. Portanto, até o ano de 1764, não há menção nos registros históricos do nome Atalaia.

História

A ocupação das terras onde hoje situa-se o município inicou-se por volta de 1692 por Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista contratado pelo então Governador da Província de Pernambuco Fernão de Souza Carrilho para destruir o Quilombo dos Palmares.

Domingos Jorge Velho havia recebido do governo português a promessa de uma sesmaria (seis léguas de terra), como recompensa pela destruição do Quilombo dos Palmares. Com a destruição de Palmares, e a consequente morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695 o bandeirante esperou o cumprimento da promessa, e se estabeleceu no atual bairro da Cidade Alta, de onde ficava de vigilância (atalaia), durante a luta contra os negros palmarinos. O bandeirante batizou a nova povoação de Arraial dos Palmares.

Por volta de 1697, Domingos Jorge Velho mandou construir a Capela de Nossa Senhora das Brotas - a primeira edificação de Atalaia - santa que considerava como sua protetora. Esta é ainda hoje a padroeira de Atalaia. Para tentar agradar à Coroa Portuguesa, Domingos Jorge Velho lhe envia carta comunicando o desejo de que a povoação iniciada por ele passasse a se chamar Vila Real de Bragança, para que a mesma ficasse sob a proteção da Casa de Bragança, para que mais rápido se desenvolvesse. Porém, o pedido foi negado por D. José I. No final de 1700, Domingos Jorge Velho morre sem, no entanto, receber da Coroa Portuguesa o decreto de doação da sesmaria. Apesar do crescimento da povoação, o Arraial dos Palmares não era reconhecido pelas autoridades. Somente em 12 de março de 1701, o Governador da Província de Pernambuco recebe Carta Régia determinando a criação oficial do arraial, porém com o nome de Arraial de Nossa Senhora das Brotas. No entanto, este nome não caiu no gosto dos habitantes, permanecendo os habitantes utilizando a denominação Arraial dos Palmares. Somente em 1716, os filhos e a esposa de Domingos Jorge Velho recebem o decreto que doa a sesmaria onde hoje localiza-se Atalaia, como recompensa pela destruição dos Palmares.

Durante o governo do 10.° Ouvidor da Província de Alagoas, Manuel Álvares, os habitantes do Arraial dos Palmares, por seu intermédio, solicitaram ao governo português a elevação do arraial à categoria de vila. D. José I atendeu em parte às reivindicações da população, elevando o Arraial dos Palmares à categoria de vila, porém, com o nome de Vila de Atalaia, em homenagem ao Conde de Atalaia, seu amigo particular. Este decreto data de 1 de fevereiro de 1764, considerada a data de sua fundação. Foi a quarta vila criada em Alagoas, depois de Porto Calvo, Marechal Deodoro (antiga Alagoas) e Penedo.

Usina Brasileiro
O desenvolvimento da economia açucareira alagoana aumentou em 1892, com a construção da 1ª usina de açúcar em Alagoas – a Usina Brasileiro – instalada no município de Atalaia, por uma firma particular e sem a ajuda do governo. Seu fundador foi o francês Baron du Saint Siége Félix Eugène Wandesmet, o Barão de Vandesmet, e como era conhecido. Félix Wandesmet era Cônsul da França no Brasil. Dono de grande poder econômico construiu a usina em Atalaia ao mesmo tempo em que construía no Pilar uma destilaria de álcool, cuja matéria prima – o mel – era fornecida pelos engenhos de açúcar daquele município e de Atalaia.

Além de possuir grande tino administrativo era o industrial francês um inovador, criador de novas técnicas. Foi o primeiro a usar em Alagoas a irrigação de fazendas através de motor a gás pobre (lenha). Instalou um telefone à manivela para a sua comunicação entre a usina e Atalaia. Introduziu em Alagoas as variedades de cana de açúcar: Demerara, Barbados e White Transparent. Teve a usina várias denominações “Usina Brasileiro Félix Wandesmet” desde a sua fundação até 21 de outubro de 1922, quando passou a se chamar “Usina Brasileiro Wandesmet & Cia”. A sua primeira moagem se deu a 18 de janeiro de 1892, debaixo de grande regozijo para uns e tristezas para outros – os Senhores de Engenhos – que viram ruir de repente o seu poderio, tornando-se destarte, simples fornecedores.
A sua instalação primitiva coube à responsabilidade do mecânico João Siqueira, pai dos jornalistas atalaienses Valdir e Valmir Calheiros de Siqueira. Montada inicialmente com um motor de 90 HP e 8 turbinas, sofreu reformas em 1905 passando a moendas de tríplice pressão – três motores de explosão a óleo diesel, de fabricação inglesa (Blackstone) e dois de fabricação tcheca, (Esokad) comprados a COTRIMONTE. A instalação destes motores coube ao mecânico João Monteiro Malheiros, conhecido por João Dezenove, por ter perdido um dedo da mão por acidente.

Na primeira moagem a safra foi de 4.000 sacas de açúcar, atingindo posteriormente a mais de 300.000. O açúcar seguia para o Pilar, e daí, em embarcações lacustres, para o porto de Maceió. Moeu pela ultima vez na safra de 1957/58 com uma produção de 36.562 sacas de açúcar demerara e 700 de açúcar cristal. O local onde foi instalada a usina, a menos de dez quilômetros da cidade, tornou-se um grande centro populoso, na época, e até se tornou ponto turístico, pois muitos vinham ver a “usina do francês” ou a “industria do Barão”. A localidade possuía uma feira livre aos sábados e domingos que atraia comerciantes de outros municípios.
O progresso desta usina foi tão grande no tempo do seu fundador que foi considerada a de maior produtividade, na época em todo país. O entusiasmo do Barão dinamizou a vida socioeconômica e cultural de Atalaia. As festas natalinas que ali se realizavam atraiam gente de quase todo Estado. Os vagões de trem da usina eram postos à disposição para o seu transporte. Neste período o folclore em Atalaia tomou grande impulso, vivendo a sua fase áurea, especialmente o guerreiro, a chegança, a cavalhada e pastoril. Morreu Félix Vandesmet em 1932, na usina Brasileiro.

Com a morte do Barão a usina passou a ser administrada por Paulo Decapot e o engenheiro Oscar Berard, sendo dois dos seus seis filhos, Malembranche e Agenor Berard Carneiro da Cunha, os maiores mandantes. Em 1933, Oscar Berard, já dono da Usina Rio Branco (União Agrícola Usina Rio Branco), conhecida por Usina Estrada Branca, por ficar situada no povoado Estrada Branca, deste município, comprou a Usina Brasileiro. Em 1941, Grupo Celso Piat e Carlos Piat compra a Usina Brasileiro. Não safrejou nem uma vez nas mãos deste grupo; havia muitos credores e a negociação ficou pendente. Em 1942, entra em litígio. Em 1965, os Berard requerem ação de sequestro e a justiça concedeu, nomeando um depositário judicial, o Sr. Antonio Carlos de Morais. O Banco do Brasil foi um dos seus grandes credores depositários.

Em 1º de dezembro de 1933 passa a usina às mãos dos Berard e a firma muda para Usina Brasileiro Oscar & Cia”e em 1941 já em poder do Grupo Piat, denominou-se “Usina Brasileiro de Açúcar e Álcool S.A.” com o qual chegou a seu fim em 1958. Conta-se que logo após a morte do Barão as coisas mudaram para os operários. Eles passaram a ser mal remunerados e demitidos em massa. Um destes sofredores vaticinou: “de agora em diante esta usina há de crescer como borracha no fogo, e o seu telhado há de ser coberto de mato”. Além da Usina Brasileiro, Atalaia possui outras cinco usinas açucareiras: a Usina Uruba, fundada em 1907 pela Família Peixoto, vendida em 1976 para o Grupo João Lyra, é a única ainda em funcionamento no município; a Usina Ouricuri, no povoado de mesmo nome, fundada em 1921, pertencia a tradicional família Tenório, faliu em 1991; a Usina Vitória do Cacaú, da família Moarais, em 1956, moeu apenas por duas safras; as Usinas São José e Rio Branco, dos irmão Decaport, que fecharam as usinas quando compraram a Usina Brasileiro.

Acervo histórico

Atalaia, por ter sido um dos primeiros núcleos populacionais de Alagoas, possui importante acervo histórico, como a Capela de São José (antiga Capela de Nossa Senhora das Brotas), primeira edificação construída em Atalaia por Domingos Jorge Velho em 1697, a imponente Igreja Matriz de Nossa Senhora das Brotas, construída por Domingos Jorge Velho em 1701 com suas imagens antigas e seu altar-mor belíssimo, a Casa Grande da Fazenda Jardim das Lajes, a Praça do Bi-Centenário, as ruínas da Usina Brasileiro - primeira usina de Alagoas -, da Usina Ouricuri, Vitória do Cacaú, e o casaio histórico da Avenida Barão José Miguel, no centro da cidade, e na Rua de Cima, no bairro da Cidade Alta.

Famílias tradicionais atalaienses

Atalaia é terra de tradicionais famílias alagoanas como: Uchôa Lopes de Omena, Miranda, Lyra, Albuquerque, Gregório, Tenório, Vieira da Costa, Lopes, Araújo, Morais, Melo, Fernandes, Nonô da Silva, Brasil, Maia e Fidélis de Moura (Esta última família é tradicional em Pindoba, município que já fez parte de Atalaia). É terra de figuras ilustres como o José Miguel de Vasconcelos, barão de Parangaba (Fazenda Jardim das lajes ainda em posse dos descendentes), o ex-senador Nelson Tenório de Oliveira, o atual senador João Tenório, o ex-deputado estadual e ex-prefeito José Lopes Duarte (Zeca Lopes) e o jogador de futebol Aloísio Chulapa.

Atualmente

Continua se constituindo numa importante cidade alagoana. Tem uma população de 16.598 habitantes na zona urbana e mais 35.044 na zona rural. Nos últimos anos perdeu duas importantes fontes de geração de emprego e renda: a Comesa (siderúrgica) pertencente ao grupo Gerdau, a Usina Ouricuri (açúcar e álcool), a Cerâmica da Porangaba, uma das maiores produtoras de tijolos e telhas do estado, e a CORAL (Couro de Alagoas S/A). O município tem tentado atrair algumas indústrias nos últimos anos, com a criação do Pólo Industrial de Atalaia, oferecendo isenção de impostos para as indústrias que forem ai se instalar.

Aniversário 2 de fevereiro
Fundação 1697, por Domingos Jorge Velho
Gentílico atalaiense
Lema E tempo de esperança
Prefeito(a) Francisco Luiz de Albuquerque Pontes (PTB)
(2009–2012)

Localização no Brasil
09° 30' 07" S 36° 01' 22" O
Unidade federativa Alagoas
Mesorregião Leste Alagoano IBGE/2008
Microrregião Mata Alagoana IBGE/2008
Municípios limítrofes Pilar, Capela, Boca da Mata, Pindoba e Maribondo
Distância até a capital 48 km
Características geográficas
Área 531,983 km²
População 44 379 hab. IBGE/2010[3]
Densidade 83,42 hab./km²
Clima tropical quente e úmido
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,594 médio PNUD/2000
PIB R$ 202 285,031 mil IBGE/2008
PIB per capita R$ 3 897,37 IBGE/2008



Anadia


História

O nome original do município era Campos do Arrozal de nhauns. Em 1801, quando foi elevado à categoria de vila, passou a ser chamada Vila Nova de Anadia, em homenagem
ao Visconde de Anadia, ministro português que autorizou a criação da vila. A freguesia foi instalada em 1802. Fez parte da Comarca de Marechal Deodoro até 1833 e a partir desta data, passou para a Comarca de Penedo. Hoje, a cidade tem sua própria comarca.

A Festa da Padroeira, no dia 2 de fevereiro, é um dos pontos altos do município, que recebe milhares de fiéis na já tradicional procissão. De população festiva, Anadia se orgulha de manter viva algumas tradições como: carnaval, vaquejada e, principalmente, dos festejos juninos, ostentando o título de terceiro lugar estadual, com suas animadas quadrilhas.


Geografia

Localiza-se a uma latitude 09º41'04" sul e a uma longitude
36º18'15" oeste, estando a uma altitude de 153 metros.
Sua população estimada em 2004 era de 17.740 habitantes.
Possui uma área de 190,3 km².


Aniversário 18 de julho
Fundação 1895 (116 anos)
Gentílico anadiense
Prefeito(a) Sania Tereza Palmeira Barros (PT)
(2009–2012)

Localização no Brasil
09° 41' 04" S 36° 18' 15" W
Unidade federativa Alagoas
Mesorregião Leste Alagoano IBGE/2008
Microrregião São Miguel dos Campos IBGE/2008
Municípios limítrofes Boca da Mata, São Miguel
dos Campos, Campo Alegre, Limoeiro de Anadia,
Taquarana, Tanque d'Arca, Belém e Maribondo.
Distância até a capital 94 km

Características geográficas
Área 189,471 km² [2]
População 17 423 hab. IBGE/2010
Densidade 91,96 hab./km²
Altitude 153 m
Clima tropical, com temperatura média de 26°C
Fuso horário UTC-3

Indicadores
IDH 0,609 médio PNUD/2000[4]
PIB R$ 63 214,927 mil IBGE/2008[5]
PIB per capita R$ 3 558,40 IBGE/2008