sábado, 19 de novembro de 2011

Atalaia



Localização

A cidade fica a 48 km da capital do estado, Maceió. Tradicional cidade alagoana, Atalaia tem sua história marcada não somente pelo episódio da destruição do Quilombo dos Palmares, mas também pelo fato de, em suas terras, ter surgido a primeira usina de açúcar de Alagoas, uma das maiores do Brasil, em sua época: A Usina Brasileira.

Origem do nome

Há duas hipóteses para a origem do nome "Atalaia". A primeira afirma que o nome se deve ao fato de que as tropas comandadas por Domingos Jorge Velho, contratado para destruir o Quilombo dos Palmares ficavam de "atalaia" (vigilância). Porém, essa hipótese não é bastante aceita pelos historiadores, pois o nome do município foi dado por D. josé I somente em 1764, em homenagem, provavelmente ao Visconde de Atalaia, fidalgo portugês muito amigo de D. José I. Esta é a hipótese mais aceita. Contribui para isso o fato de que Atalaia começou a ser povoada por volta de 1692, tendo tido como primeiro nome Arraial dos Palmares. Portanto, até o ano de 1764, não há menção nos registros históricos do nome Atalaia.

História

A ocupação das terras onde hoje situa-se o município inicou-se por volta de 1692 por Domingos Jorge Velho, bandeirante paulista contratado pelo então Governador da Província de Pernambuco Fernão de Souza Carrilho para destruir o Quilombo dos Palmares.

Domingos Jorge Velho havia recebido do governo português a promessa de uma sesmaria (seis léguas de terra), como recompensa pela destruição do Quilombo dos Palmares. Com a destruição de Palmares, e a consequente morte de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695 o bandeirante esperou o cumprimento da promessa, e se estabeleceu no atual bairro da Cidade Alta, de onde ficava de vigilância (atalaia), durante a luta contra os negros palmarinos. O bandeirante batizou a nova povoação de Arraial dos Palmares.

Por volta de 1697, Domingos Jorge Velho mandou construir a Capela de Nossa Senhora das Brotas - a primeira edificação de Atalaia - santa que considerava como sua protetora. Esta é ainda hoje a padroeira de Atalaia. Para tentar agradar à Coroa Portuguesa, Domingos Jorge Velho lhe envia carta comunicando o desejo de que a povoação iniciada por ele passasse a se chamar Vila Real de Bragança, para que a mesma ficasse sob a proteção da Casa de Bragança, para que mais rápido se desenvolvesse. Porém, o pedido foi negado por D. José I. No final de 1700, Domingos Jorge Velho morre sem, no entanto, receber da Coroa Portuguesa o decreto de doação da sesmaria. Apesar do crescimento da povoação, o Arraial dos Palmares não era reconhecido pelas autoridades. Somente em 12 de março de 1701, o Governador da Província de Pernambuco recebe Carta Régia determinando a criação oficial do arraial, porém com o nome de Arraial de Nossa Senhora das Brotas. No entanto, este nome não caiu no gosto dos habitantes, permanecendo os habitantes utilizando a denominação Arraial dos Palmares. Somente em 1716, os filhos e a esposa de Domingos Jorge Velho recebem o decreto que doa a sesmaria onde hoje localiza-se Atalaia, como recompensa pela destruição dos Palmares.

Durante o governo do 10.° Ouvidor da Província de Alagoas, Manuel Álvares, os habitantes do Arraial dos Palmares, por seu intermédio, solicitaram ao governo português a elevação do arraial à categoria de vila. D. José I atendeu em parte às reivindicações da população, elevando o Arraial dos Palmares à categoria de vila, porém, com o nome de Vila de Atalaia, em homenagem ao Conde de Atalaia, seu amigo particular. Este decreto data de 1 de fevereiro de 1764, considerada a data de sua fundação. Foi a quarta vila criada em Alagoas, depois de Porto Calvo, Marechal Deodoro (antiga Alagoas) e Penedo.

Usina Brasileiro
O desenvolvimento da economia açucareira alagoana aumentou em 1892, com a construção da 1ª usina de açúcar em Alagoas – a Usina Brasileiro – instalada no município de Atalaia, por uma firma particular e sem a ajuda do governo. Seu fundador foi o francês Baron du Saint Siége Félix Eugène Wandesmet, o Barão de Vandesmet, e como era conhecido. Félix Wandesmet era Cônsul da França no Brasil. Dono de grande poder econômico construiu a usina em Atalaia ao mesmo tempo em que construía no Pilar uma destilaria de álcool, cuja matéria prima – o mel – era fornecida pelos engenhos de açúcar daquele município e de Atalaia.

Além de possuir grande tino administrativo era o industrial francês um inovador, criador de novas técnicas. Foi o primeiro a usar em Alagoas a irrigação de fazendas através de motor a gás pobre (lenha). Instalou um telefone à manivela para a sua comunicação entre a usina e Atalaia. Introduziu em Alagoas as variedades de cana de açúcar: Demerara, Barbados e White Transparent. Teve a usina várias denominações “Usina Brasileiro Félix Wandesmet” desde a sua fundação até 21 de outubro de 1922, quando passou a se chamar “Usina Brasileiro Wandesmet & Cia”. A sua primeira moagem se deu a 18 de janeiro de 1892, debaixo de grande regozijo para uns e tristezas para outros – os Senhores de Engenhos – que viram ruir de repente o seu poderio, tornando-se destarte, simples fornecedores.
A sua instalação primitiva coube à responsabilidade do mecânico João Siqueira, pai dos jornalistas atalaienses Valdir e Valmir Calheiros de Siqueira. Montada inicialmente com um motor de 90 HP e 8 turbinas, sofreu reformas em 1905 passando a moendas de tríplice pressão – três motores de explosão a óleo diesel, de fabricação inglesa (Blackstone) e dois de fabricação tcheca, (Esokad) comprados a COTRIMONTE. A instalação destes motores coube ao mecânico João Monteiro Malheiros, conhecido por João Dezenove, por ter perdido um dedo da mão por acidente.

Na primeira moagem a safra foi de 4.000 sacas de açúcar, atingindo posteriormente a mais de 300.000. O açúcar seguia para o Pilar, e daí, em embarcações lacustres, para o porto de Maceió. Moeu pela ultima vez na safra de 1957/58 com uma produção de 36.562 sacas de açúcar demerara e 700 de açúcar cristal. O local onde foi instalada a usina, a menos de dez quilômetros da cidade, tornou-se um grande centro populoso, na época, e até se tornou ponto turístico, pois muitos vinham ver a “usina do francês” ou a “industria do Barão”. A localidade possuía uma feira livre aos sábados e domingos que atraia comerciantes de outros municípios.
O progresso desta usina foi tão grande no tempo do seu fundador que foi considerada a de maior produtividade, na época em todo país. O entusiasmo do Barão dinamizou a vida socioeconômica e cultural de Atalaia. As festas natalinas que ali se realizavam atraiam gente de quase todo Estado. Os vagões de trem da usina eram postos à disposição para o seu transporte. Neste período o folclore em Atalaia tomou grande impulso, vivendo a sua fase áurea, especialmente o guerreiro, a chegança, a cavalhada e pastoril. Morreu Félix Vandesmet em 1932, na usina Brasileiro.

Com a morte do Barão a usina passou a ser administrada por Paulo Decapot e o engenheiro Oscar Berard, sendo dois dos seus seis filhos, Malembranche e Agenor Berard Carneiro da Cunha, os maiores mandantes. Em 1933, Oscar Berard, já dono da Usina Rio Branco (União Agrícola Usina Rio Branco), conhecida por Usina Estrada Branca, por ficar situada no povoado Estrada Branca, deste município, comprou a Usina Brasileiro. Em 1941, Grupo Celso Piat e Carlos Piat compra a Usina Brasileiro. Não safrejou nem uma vez nas mãos deste grupo; havia muitos credores e a negociação ficou pendente. Em 1942, entra em litígio. Em 1965, os Berard requerem ação de sequestro e a justiça concedeu, nomeando um depositário judicial, o Sr. Antonio Carlos de Morais. O Banco do Brasil foi um dos seus grandes credores depositários.

Em 1º de dezembro de 1933 passa a usina às mãos dos Berard e a firma muda para Usina Brasileiro Oscar & Cia”e em 1941 já em poder do Grupo Piat, denominou-se “Usina Brasileiro de Açúcar e Álcool S.A.” com o qual chegou a seu fim em 1958. Conta-se que logo após a morte do Barão as coisas mudaram para os operários. Eles passaram a ser mal remunerados e demitidos em massa. Um destes sofredores vaticinou: “de agora em diante esta usina há de crescer como borracha no fogo, e o seu telhado há de ser coberto de mato”. Além da Usina Brasileiro, Atalaia possui outras cinco usinas açucareiras: a Usina Uruba, fundada em 1907 pela Família Peixoto, vendida em 1976 para o Grupo João Lyra, é a única ainda em funcionamento no município; a Usina Ouricuri, no povoado de mesmo nome, fundada em 1921, pertencia a tradicional família Tenório, faliu em 1991; a Usina Vitória do Cacaú, da família Moarais, em 1956, moeu apenas por duas safras; as Usinas São José e Rio Branco, dos irmão Decaport, que fecharam as usinas quando compraram a Usina Brasileiro.

Acervo histórico

Atalaia, por ter sido um dos primeiros núcleos populacionais de Alagoas, possui importante acervo histórico, como a Capela de São José (antiga Capela de Nossa Senhora das Brotas), primeira edificação construída em Atalaia por Domingos Jorge Velho em 1697, a imponente Igreja Matriz de Nossa Senhora das Brotas, construída por Domingos Jorge Velho em 1701 com suas imagens antigas e seu altar-mor belíssimo, a Casa Grande da Fazenda Jardim das Lajes, a Praça do Bi-Centenário, as ruínas da Usina Brasileiro - primeira usina de Alagoas -, da Usina Ouricuri, Vitória do Cacaú, e o casaio histórico da Avenida Barão José Miguel, no centro da cidade, e na Rua de Cima, no bairro da Cidade Alta.

Famílias tradicionais atalaienses

Atalaia é terra de tradicionais famílias alagoanas como: Uchôa Lopes de Omena, Miranda, Lyra, Albuquerque, Gregório, Tenório, Vieira da Costa, Lopes, Araújo, Morais, Melo, Fernandes, Nonô da Silva, Brasil, Maia e Fidélis de Moura (Esta última família é tradicional em Pindoba, município que já fez parte de Atalaia). É terra de figuras ilustres como o José Miguel de Vasconcelos, barão de Parangaba (Fazenda Jardim das lajes ainda em posse dos descendentes), o ex-senador Nelson Tenório de Oliveira, o atual senador João Tenório, o ex-deputado estadual e ex-prefeito José Lopes Duarte (Zeca Lopes) e o jogador de futebol Aloísio Chulapa.

Atualmente

Continua se constituindo numa importante cidade alagoana. Tem uma população de 16.598 habitantes na zona urbana e mais 35.044 na zona rural. Nos últimos anos perdeu duas importantes fontes de geração de emprego e renda: a Comesa (siderúrgica) pertencente ao grupo Gerdau, a Usina Ouricuri (açúcar e álcool), a Cerâmica da Porangaba, uma das maiores produtoras de tijolos e telhas do estado, e a CORAL (Couro de Alagoas S/A). O município tem tentado atrair algumas indústrias nos últimos anos, com a criação do Pólo Industrial de Atalaia, oferecendo isenção de impostos para as indústrias que forem ai se instalar.

Aniversário 2 de fevereiro
Fundação 1697, por Domingos Jorge Velho
Gentílico atalaiense
Lema E tempo de esperança
Prefeito(a) Francisco Luiz de Albuquerque Pontes (PTB)
(2009–2012)

Localização no Brasil
09° 30' 07" S 36° 01' 22" O
Unidade federativa Alagoas
Mesorregião Leste Alagoano IBGE/2008
Microrregião Mata Alagoana IBGE/2008
Municípios limítrofes Pilar, Capela, Boca da Mata, Pindoba e Maribondo
Distância até a capital 48 km
Características geográficas
Área 531,983 km²
População 44 379 hab. IBGE/2010[3]
Densidade 83,42 hab./km²
Clima tropical quente e úmido
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,594 médio PNUD/2000
PIB R$ 202 285,031 mil IBGE/2008
PIB per capita R$ 3 897,37 IBGE/2008



Anadia


História

O nome original do município era Campos do Arrozal de nhauns. Em 1801, quando foi elevado à categoria de vila, passou a ser chamada Vila Nova de Anadia, em homenagem
ao Visconde de Anadia, ministro português que autorizou a criação da vila. A freguesia foi instalada em 1802. Fez parte da Comarca de Marechal Deodoro até 1833 e a partir desta data, passou para a Comarca de Penedo. Hoje, a cidade tem sua própria comarca.

A Festa da Padroeira, no dia 2 de fevereiro, é um dos pontos altos do município, que recebe milhares de fiéis na já tradicional procissão. De população festiva, Anadia se orgulha de manter viva algumas tradições como: carnaval, vaquejada e, principalmente, dos festejos juninos, ostentando o título de terceiro lugar estadual, com suas animadas quadrilhas.


Geografia

Localiza-se a uma latitude 09º41'04" sul e a uma longitude
36º18'15" oeste, estando a uma altitude de 153 metros.
Sua população estimada em 2004 era de 17.740 habitantes.
Possui uma área de 190,3 km².


Aniversário 18 de julho
Fundação 1895 (116 anos)
Gentílico anadiense
Prefeito(a) Sania Tereza Palmeira Barros (PT)
(2009–2012)

Localização no Brasil
09° 41' 04" S 36° 18' 15" W
Unidade federativa Alagoas
Mesorregião Leste Alagoano IBGE/2008
Microrregião São Miguel dos Campos IBGE/2008
Municípios limítrofes Boca da Mata, São Miguel
dos Campos, Campo Alegre, Limoeiro de Anadia,
Taquarana, Tanque d'Arca, Belém e Maribondo.
Distância até a capital 94 km

Características geográficas
Área 189,471 km² [2]
População 17 423 hab. IBGE/2010
Densidade 91,96 hab./km²
Altitude 153 m
Clima tropical, com temperatura média de 26°C
Fuso horário UTC-3

Indicadores
IDH 0,609 médio PNUD/2000[4]
PIB R$ 63 214,927 mil IBGE/2008[5]
PIB per capita R$ 3 558,40 IBGE/2008

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Engenhos remanescentes do litoral alagoano

                                                                     


O levantamento iconográfico realizado pela arquiteta Lêda Paula Lopes Ferreira nos engenhos localizados no litoral norte do Estado de alagoas, é um trabalho levado a efeito com esmero e capricho inconfundíveis, e retratam a beleza e riqueza inestimável da nossa querida Alagoas – ainda província de Pernambuco dos séculos XVI a XIX – quando éramos a porção de terra mais rica da Capitania, e agregávamos os engenhos mais produtivos da época. Os Holandeses, que ali fixaram morada durante cerca de duas décadas, resistiram á expulsão até a rendição total; tendo, em represália, destruído alguns engenhos, com suas respectivas estruturas.

A casa-grande traduz a função social de estabelecimento, daquela unidade econômica e social, e representa o centro da vida da sociedade do engenho. Sua importância vem com o fortalecimento de sua função como ponto de reunião, de pensamento, de família.

Variavam, em sua aparência arquitetônica, os tipos de casas-grande: umas, de um só pavimento, espalhando-se horizontalmente; outras, de dois pavimentos. Algumas construídas aproveitando-se a parte térrea, com o porão. Sempre com janelas em todos os lados, varandas contornando a casa e sustentando os beirais, pilares vistosos. Existem outras com balaustradas de ferro ou de tijolos. O sistema construtivo mais utilizado nas casas-grandes dos senhores que eram mais abastados foi a alvenaria de tijolos; e teve sua origem no século XVI.

A implantação privilegiada da casa-grande, geralmente a cavaleiro das demais construções, permitia  ao senhor de engenho um maior controle de sua propriedade e a afirmação de autoridade.

Seguem alguns dos exemplares remanescentes do litoral alagoano

Casa-grande Jenipapo, Porto Calvo.
 Casa-grande do engenho Santa Regina, São Luiz do Quitunde.
Casa-grande do engenho São Gonçalo, Porto Calvo.
Casa-grande do engenho Cabeça de Porco, Barra de Santo Antônio
Casa-grande do engenho Bom Destino, Porto de Pedras.
Casa-grande do engenho Sacramento, São Luiz do Quitunde

Por Paulo Gomes
Fotos Lêda Paula

Fonte Revista Aplausos

Pesquisa:
Blog Belezas Alagoanas

Contato:
E-mail: blogassociado1@live.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Marechal Floriano Peixoto

Floriano Peixoto - 1881
Floriano Vieira Peixoto (Maceió, 30 de abril de 1839 — Barra Mansa, 29 de junho de 1895) foi um militar e político brasileiro. Primeiro vice-presidente e segundo presidente do Brasil, presidiu o Brasil de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894, no período da República Velha. Foi denominado "Marechal de Ferro"  e  "Consolidador da República".

Origem e carreira político-militar

Nascido em Ipioca, distrito da cidade de Maceió (Alagoas) numa família pobre de recursos, mas ilustre e ativa na política: seu avô materno, Inácio Accioli de Vasconcellos, foi revolucionário em 1817. Foi criado pelo padrinho e tio, coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Floriano Vieira Peixoto foi matriculado numa escola primária em Maceió (Alagoas) e aos dezesseis anos foi para o Rio de Janeiro, matriculado no Colégio São Pedro de Alcântara.

Assentado praça em 1857, ingressou na Escola Militar em 1861. Em 1863 recebeu a patente de primeiro-tenente, seguindo sua carreira militar.
Floriano era formado em Ciências Físicas e Matemáticas.

Floriano ocupava posições inferiores no exército até a Guerra do Paraguai, quando chegou ao posto de tenente-coronel. Ingressou na política como presidente da província de Mato Grosso, passando alguns anos como ajudante-geral do exército.

No dia da proclamação da república, encarregado da segurança do ministério do Visconde de Ouro Preto, Floriano se recusou a atacar os revoltosos e assim se justificou sua insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro Preto:

"Sim, mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos brasileiros!"
— Floriano Peixoto

Em seguida, aderindo ao movimento republicano, Floriano Peixoto deu voz de prisão ao chefe de governo Visconde de Ouro Preto.

Após a proclamação da república, assumiu a vice-presidência de Deodoro da Fonseca durante o Governo Provisório, sendo depois eleito vice presidente constitucional e assumiu a presidência da república em 23 de novembro de 1891, com a renúncia do marechal Deodoro.

Presidência da República

Seu governo teve grande oposição de setores conservadores, como a publicação do Manifesto dos 13 generais. O apelido ou alcunha, de "marechal de ferro" era devido à sua atuação enérgica e ditatorial, pois agiu com determinação ao debelar as sucessivas rebeliões que marcaram os primeiros anos da república do Brasil. Recebeu também o título de Consolidador da República.

Marechal Floriano Peixoto - 1891
Entre estas, a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, chefiada pelo almirante Saldanha da Gama, e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, ambas com apoio estrangeiro.  A vitória de Floriano sobre essa segunda revolta gerou a ainda controversa mudança de nome da cidade de Nossa Senhora de Desterro, para Florianópolis ("Cidade Floriana") em Santa Catarina.

Em seu governo determinou a reabertura do congresso e o controle sobre o preço dos gêneros alimentícios de 1ª necessidade e os aluguéis.

Apesar da constituição versar no art. 4 novas eleições quando o presidente renunciasse antes de dois anos, Floriano permaneceu em seu cargo, alegando que a própria constituição abria uma exceção, ao determinar que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo povo, assumindo assim o papel de consolidador da República.

Entre o final de 1891 e 15 de novembro de 1894, o governo de Floriano Peixoto foi inconstitucional, pois estava a presidência da República sendo exercida pelo vice-presidente sem que tivessem acontecido novas eleições presidenciais, como exigia a constituição.

Floriano Peixoto entregou o poder em 15 de novembro de 1894 a Prudente de Morais, falecendo um ano depois, em sua fazenda.

Deixou um testamento político, no qual diz que "Consolidador da República" foram, na verdade, as diversas forças que fizeram a república.

Início da ditadura

Consta que Floriano Peixoto lançou uma ditadura de salvação nacional.

Seu governo era de orientação nacionalista e centralizadora.

Demitiu todos os governadores que apoiaram Deodoro da Fonseca.

Na chamada Segunda Revolta da Armada agiu de forma contundente vencendo-a de maneira implacável, ao contrário de Deodoro.


A segunda Revolta da Armada

Floriano Peixoto e a Revolta da Armada numa ilustração de Angelo Agostini.

Aconteceu em 1893, desta vez contra o presidente, marechal Floriano Peixoto.  Esta também foi chefiada pelo almirante Custódio de Melo, depois substituído pelo almirante Saldanha da Gama. Floriano não cedeu às ameaças; assim, o almirante ordena o bombardeio da capital brasileira. O movimento desencadeado pela marinha de guerra no Rio de Janeiro terminou em 1894, com a fuga dos revoltosos para Buenos Aires.

Marechal de Ferro

O Marechal de Ferro, em seus três anos de governo como presidente, enfrentou a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, iniciada em fevereiro de 1893. Ao enfrentá-la, apoiou Júlio Prates de Castilhos.

O culto à personalidade de Floriano – o florianismo – foi o precursor dos demais "ismos" da política do Brasil: o getulismo, o ademarismo, o janismo, o brizolismo,o malufismo e o lulismo.

Representações na cultura

Floriano Peixoto já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Cláudio Cavalcanti na minissérie "República" (1989) e Othon Bastos no filme "Policarpo Quaresma, Herói do Brasil" (1998).


Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 100 (cem cruzeiros) colocadas em circulação no Brasil entre 1970 e 1980.

A cidade de Desterro foi renomeada para fazer uma homenagem a Floriano Peixoto, virando Florianópolis.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Arapiraca



Av. Ceci Cunha, acesso a Arapiraca pela a rodovia AL 220


Arapiraca é um município localizado no estado brasileiro de Alagoas.
Principal cidade do Agreste Alagoano, com aproximadamente 210.000 
habitantes, é atualmente a segunda cidade mais populosa do estado, 
posicionando-se logo depois de sua capital, Maceió, da qual se 
distancia 123
quilômetros. Ficou conhecida, nos anos 70, como a "Capital do Fumo" 
por ser o maior produtor de tabaco do país.

História
O local começou a ser povoado na primeira metade do século
XIX. Como distrito, Arapiraca esteve subordinada,
sucessivamente, a Penedo, Porto Real do Colégio, São Brás e
Limoeiro. Foi elevado à categoria de município em 30 de
outubro de 1924, constituindo-se de territórios
desmembrados de Palmeira dos Índios, Porto Real, São Brás,
Traipu e Limoeiro.
A partir da década de 1970, por conta da grande área
plantada de fumo, que gerou um excesso do produto nas
pequenas indústrias de beneficiamento do tabaco que havia
na região, e a consequente diminuição no preço, seguiu-se
um ciclo de decadência da fumicultura. Desde os anos de
1980 experimenta um crescimento econômico com seu
comércio (com destaque para a tradicional feira livre) e
serviços. Além disso, o setor industrial do município tem
apresentado relativo crescimento nos últimos anos.

 
 
 
Geografia
Sua população é de 210.521 habitantes (estimativa 2009) e
sua área é de 351 km² (599,7 h/km²). A cidade, situada
numa ampla planície, fica a 265 metros de altitude, distando
123 quilômetros de Maceió e 44 quilômetros de Palmeira dos
Índios. O clima é considerado um dos mais saudáveis do
estado.
O mais importante município do interior alagoano,
Arapiraca destaca-se como importante centro comercial da
região agreste localizando-se no centro geográfico do estado
de Alagoas. A área de influência direta do município atinge
uma população de aproximadamente meio milhão de
habitantes.
Limita ao norte com o município de Igaci, ao sul com o
município de São Sebastião, a leste com os municípios de
Coité do Noia e Limoeiro de Anadia, a oeste com os
municípios de Lagoa da Canoa e Girau do Ponciano e Feira
Grande, a noroeste com o município de Craíbas e a sudeste
com o município de Junqueiro.

Administração
Seu prefeito atual (2004/2012) é Luciano Barbosa,
ex-ministro da Integração Nacional do governo Fernando
Henrique Cardoso. Em outubro de 2008, é reeleito com mais
de 90% dos votos válidos (68, 15% do número total de
eleitores do município) para um período de mais quatro
anos no governo do município, a partir de 1º de janeiro de
2009. Arapiraca conta com 122.423 eleitores (TSE/março
2010).

                              Vista Pacial da Praça Manoel André

Economia
A cultura do fumo teve importância fundamental para a
elevação de Arapiraca a categoria de município, uma vez que
o conhecido "ouro verde" brotava nos latifúndios das
tradicionais famílias que resolveram se estabelecer no local,
que alcançou maior desenvolvimento econômico que Anadia.
Paralelo ao desenvolvimento da cultura fumageira,
Arapiraca desenvolveu uma feira livre, às segundas-feiras,
onde comerciantes locais e de municípios vizinhos mantém
bancas onde se oferecem uma infinidade de mercadorias. A
região central do Estado de Alagoas deu destaque e 
influência ao seu comércio.
De acordo com dados do IBGE o município apresenta um PIB
de 1.308.222,00 reais (2007).
Atualmente (2008) há uma profusão de projetos no campo
da urbanização pública (moradia e vias públicas) e do
mercado imobiliário (conjuntos residenciais de casas e de
apartamentos). O campo da educação está em franco
crescimento, com duas universidades públicas, UNEAL e
UFAL, além de uma dúzia de faculdades privadas.
Neste ano (2009), Arapiraca foi considerada a cidade mais
dinâmica do estado, a 3ª da região Nordeste e a 10ª do
Brasil.

Emissoras de Rádio de Arapiraca
Emissoras de FM:
96,9 MHz - 96 FM
101,1 MHz - Gazeta FM
101,9 MHz - Pajuçara
103,3 MHz - Jovem Pan
105,3 MHz - Imprima
106,9 MHz - Educativa
Emissoras de AM:
570 kHz - Novo Nordeste

Canais de TV: Com sede em Maceió (AL)
02 - TV Alagoas - SBT
06 - TV Gazeta - Globo
09 - TV Pajuçara - Record
13 - Band
21 - TVE Alagoas - TV Brasil
25 - Canção Nova

Água Branca


Água Branca é um município brasileiro do estado de Alagoas, situado no sertão. Localiza-se a uma latitude 09º15'39" sul e a uma longitude 37º56'10" oeste, estando a uma altitude de 570 metros. É o segundo ponto mais alto de Alagoas. Sua população estimada em 2007 era de 19.316 habitantes.
Possui uma área de 456,6 km².

História

Até o século XVII o território de Água Branca fazia parte das sesmarias de Paulo Afonso (BA) que compreendiam, também, os atuais municípios de Mata Grande, Piranhas e Delmiro Gouveia, sendo uma das cidades mais antigas do Estado. Foi denominada Mata Pequena, Matinha de Água Branca, até se tornar o município de Água Branca. O nome veio de uma serra da região, rica em fontes de águas muito limpas. Sua fundação se deve a três irmãos da Família Vieira Sandes, que liderados pelo Capitão Faustino Vieira Sandes, saíram da localidade de Boacica, hoje parte dos municípios de Igreja Nova e Porto Real do Colégio (Vale do Itiúba), para desbravarem o sertão Alagoano.


Principais Pontos Turísticos

Atrativos Históricos
Água Branca tem na arquitetura antiga um de seus maiores atrativos, apreciada na Igreja Matriz, na Igrejinha do Rosário, no Centro Histórico da Praça da Matriz, na Casa do Barão de Água Branca e no calçamento da Praça Fernandes Lima, Serra do Himalaia.

Clima
Temperado
Temperatura Média
30ºC
Localização:
Sertão Alagoano

Aniversário 24 de Abril
Fundação 1875
Gentílico agua-branquense
Lema Agua é Vida
Prefeito(a)
José Rodrigues Gomes (PMDB)
(2009–2012)


Unidade federativa: Alagoas
Mesorregião: Sertão Alagoano IBGE/2008
Microrregião: Serrana do Sertão Alagoano IBGE/2008
Municípios limítrofes: 
Ao norte, Tacaratu (PE) e Mata Grande.
Ao sul: com Delmiro Gouveia e Olho d'Água do Casado 
A leste com Inhapi e Olho d'Água do Casado e a oeste com Pariconha.
Distância até a capital 304 km



domingo, 7 de agosto de 2011

Theotônio Vilela Brandão

Theotônio Vilela Brandão

Nascido na cidade de Viçosa, Alagoas, em 26 de janeiro de 1907, Theotônio Vilela Brandão era filho de médico e farmacêutico. Iniciou seus estudos ainda em Viçosa, transferindo-se juntamente com sua família para Maceió aos dez anos de idade, terminando na capital o segundo grau.

Em 1923 ingressa na Faculdade de Medicina em Salvador, concluindo o curso no Rio de Janeiro em 1929. Formou-se também em Farmácia, em 1928. Colaborava diretamente do Rio de Janeiro com poemas e crônicas enviadas para os jornalzinhos de sua cidade natal, Viçosa.

Mudou-se para Recife em 1930, onde trabalhou como pediatra no Hospital Manoel S. Almeida e na Inspetoria de Higiene Infantil e Pré-Escolar do Departamento de Saúde Pública de Pernambuco.

De volta à Maceió, continua a exercer a profissão de pediatra e obstetra. Fez parte da Geração Intelectual de Alagoas, que tinha como membros nomes ilustres como Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz e Aurélio Buarque de Holanda.

Foi folclorista e publicou diversos trabalhos sobre o folclore alagoano, entre eles, “Folclore em Alagoas” em 1949, pelo qual recebeu um prêmio da Academia Alagoana de Letras e o Prêmio João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras.

Em 1960 assumiu a cadeira de Antropologia da Universidade Federal de Alagoas. Participou de sociedades de antropologia no Brasil, Portugal e Espanha. Em 20 de agosto de 1975, foi criado o museu Théo Brandão para que fosse abrigada a sua coleção de arte popular doada à Universidade Federal de Alagoas.

Théo Brandão morreu em Maceió, no dia 29 de setembro de 1981. Seu corpo foi velado no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore.


Museu Théo Vilela,
Av. da Paz Maceió-AL
Em 20 de agosto de 1975, a Universidade Federal de Alagoas criou o Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, para abrigar o acervo do folclorista (sobre arte popular) doado à universidade.



Municípios Alagoano


                                              MUNICÍPIOS ALAGOANO
               [ A ]
              [ B ]
              [ C ]
Anadia
Atalaia
Barra de São Miguel
Barra de Santo Antônio
Batalha
Belo Monte
Belém
Boca da Mata
Branquinha
Cacimbinhas
Cajueiro
Canapi
Campestre
Campo Alegre
Campo Grande
Carneiros
Chã Preta
Coité do Noia
Colônia Leopordina
Capela
Coqueiro Seco
Coruripe
Craíbas
             [ D ]
                [ E ]
               [ F ]
Delmiro Gouveia
Dois Riachos
Estrela de Alagoas
Feira Grande
Feliz Deserto
Flexeiras
            [ G ]
                [ I ]
                [ J ]
Girau do Ponciano
Ibateguara
Igaci
Igreja Nova
Inhapi
Jacaré dos Homens
Japaratinga
Jacuípe
Jaramataia
Jequiá da Praia
Joaquim Gomes
Jundiá
Junqueiro
                 [ L ]
              [ M ]
               [ N }
Lagoa da Canoa
Limoeiro de Anadia
Maceió
Major Isidoro
Mar Vermelho
Maragogi
Maravilha
Marechal Deodoro
Maribondo
Mata Grande
Matriz de Camaragibe
Messias
Minador do Negrão
Monteirópolis
Murici
Novo Lino
             [ O ]
             [ P ]
               [ Q ]
Olho d'Água do Casado
Olho d'Água das Flores
Olho d'Água Grande
Olivença
Ouro Branco
Palmeira dos Índios
Pão de Açúcar
Pariconha
Paripueira
Passo de Camaragibe
Palestina
Paulo Jacinto
Penedo
Piaçabuçu
Poço das Trincheiras
Porto de Pedras
Porto Calvo
Porto Real do Colégio
Pilar
Pindoba
Piranhas
Quebrangulo
              [ R ]
            [ S ]
               [ T ]
Rio Largo
Roteiro
São Braz
Santa Luzia do Norte
Santana do Mundaú
Santana do Ipanema
São José da Laje
São José da Tapera
São Luís do Quitunde
São Miguel dos Campos
São Miguel dos Milagres
São Sebastião
Satuba
Senador Rui Palmeira
Teotônio Vilela
Traipu
Tanque d'Arca
Taquarana
[ U ]
               [ V ]

União dos Palmares
Viçosa


terça-feira, 2 de agosto de 2011

História de Alagoas


Brasão de Alagoas

Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil e está situado a leste da região Nordeste. 
Tem como limites: Pernambuco (N e NO); Sergipe (S); Bahia (SO); e o oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de 27.767 km², sendo ligeiramente maior que o Haiti. Sua capital é a cidade de Maceió.

É formado por 102 municípios e suas cidades mais populosas são Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Rio Largo, Penedo, União dos Palmares, São Miguel dos Campos, Santana do Ipanema, Delmiro Gouveia, Coruripe, Marechal Deodoro e Campo Alegre.

Penúltimo Estado brasileiro em área (mais extenso apenas que Sergipe) e 16º em população, é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar e coco-da-baía do país e tem na agropecuária a base de sua economia.
Terra do sururu, marisco das lagoas que serve de alimento à população do litoral, e da água de côco. Alagoas possui também um dos folclores mais ricos do país.

Inicialmente o território alagoano constituía a parte sul da Capitania de Pernambuco e só conseguiu sua autonomia em 1817. 

Sua ocupação decorreu da expansão para o sul da lavoura de cana-de-açúcar da capitania, que necessitava de novas áreas de cultivo. Surgiram assim Porto Calvo, Alagoas (atual Marechal Deodoro) e Penedo, núcleos que orientavam por muito tempo a colonização e a vida econômica e social da região.

A invasão holandesa em Pernambuco estendeu-se a Alagoas em 1631. Os invasores foram expulsos em 1645, depois de intensos combates em Porto Calvo, deixando a economia local totalmente desorganizada.

A fuga de escravos negros durante a invasão holandesa criou um sério problema de falta de mão-de-obra nas plantações de cana. Agrupados em aldeamentos denominados quilombos, os negros só foram dominados completamente no final do século XVII, com a destruição do quilombo mais importante, o de Palmares.

Durante o Império, a Confederação do Equador (1824) movimento separatista e republicano, recebeu o apoio de destacadas figuras alagoanas. Na década de 1840, a vida política local foi marcada pelo conflito entre os lisos, conservadores, e os cabeludos, liberais.

No início do século XX, o sertão alagoano viveu a experiência pioneira de Delmiro Gouveia, empresário pernambucano que instalou em Pedra a fábrica de linhas Estrela, que chegou a produzir 200 mil carreteis diários. Delmiro Gouveia foi assassinado em outubro de 1917 em circunstâncias até hoje não esclarecidas, depois de ser pressionado, segundo consta, a vender sua fábrica e firmas concorrentes estrangeiras. Depois de sua morte, suas máquinas teriam sido destruídas a atiradas na cachoeira de Paulo Afonso.

Apelidada de Terra dos Marechais, por nela terem nascidos os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, Alagoas deu ao país numerosos brasileiros ilustres entre os quais o antropólogo Arthur Ramos, o maestro Heckel Tavares, o filólogo Aurélio Buarque de Holanda, o poeta Jorge de Lima, os juristas Pontes de Miranda e Marcos Bernardes de Mello, além dos escritores Jorge de Lima, Lêdo Ivo e Graciliano Ramos.

Etimologia

O latim lacus, "tanque, lago" é a fonte, no acervo vocabular primtivo, do português, espanhol e italiano lago, francês lac, um seu derivado, o latim lacuna, "fojo, buraco", "falta, carência, omissão", explica o espanhol e italiano laguna.

Mas o português lagoa, coincidente com a variante espanhola lagona, mirandês llagona, supõe mudança de sufixo,  documentada já em 938 num documento de Valencia, sob a grafia lacona, e noutro de 1094, de Sahagún, sob a grafia lagona.  O português lagoa sob a grafia lagona (talvez lagõna), é documentado no século XIV,  e alternou com a outra por longo tempo; a prótese se explica já por incorporação do artigo, sobretudo em locuções (na lagoa, vindo da lagoa),  já por regularização morfológica com os derivados do verbo alagar (alagadiço, alagado, alagador, alagamento, etc.).

O nome aparece como concorrente dos nomes das lagoas Manguaba e Mundaú, aquela "alagoa do sul", esta "alagoa do norte", já no século XVI, quando se fundam perto os núcleos de povoamento de Alagoa do Norte e Alagoa do Sul, as Alagoas, com inclusão das demais da área.

O sufixo do gentílico é o característico da área gentílica de -ano do Brasil (paraibano, pernambucano, alagoano, sergipano, baiano, goiano, a que viria juntar-se acriano).

História

A costa do atual Estado de Alagoas, reconhecida desde as primeiras expedições portuguesas, desde cedo também foi visitada por embarcações de outras nacionalidades para o escambo de pau-brasil (Caesalpinia echinata).

Quando da instituição do sistema de Capitanias Hereditárias (1534), integrava a Capitania de Pernambuco, e a sua ocupação remonta à fundação da vila do Penedo (1545), às margens do rio São Francisco, pelo donatário Duarte Coelho, que incentivou a fundação de engenhos na região. Palco do naufrágio da Nau Nossa Senhora da Ajuda e subsequente massacre dos sobreviventes, entre os quais o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, pelos Caeté (1556), o episódio serviu de justificativa para a guerra de extermínio movida contra esse grupo indígenas pela Coroa portuguesa.

Ao se iniciar o século XVII, além da lavoura de cana-de-açúcar, a região de Alagoas era expressiva produtora regional de farinha de mandioca, tabaco, gado e peixe seco, consumidos na Capitania de Pernambuco. 

Durante as invasões holandesas do Brasil (1630-1654), o seu litoral se tornou palco de violentos combates, enquanto que, nas serras de seu interior, se multiplicaram os quilombos, com os africanos evadidos dos engenhos de Pernambuco e da Bahia. Palmares, o mais famoso, chegou a contar com vinte mil pessoas no seu apogeu.

Constituiu-se em a Comarca de Alagoas em 1711, e foi desmembrado da Capitania de Pernambuco (Decreto de 16 de setembro de 1817), em consequência da Revolução Pernambucana daquele ano. O seu primeiro governador, Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, assumiu a função a 22 de janeiro de 1819.

Durante o Brasil Império (1822-1889), sofreu os reflexos de movimentos como a Confederação do Equador (1824) e a Cabanagem (1835-1840). A Lei Provincial de 9 de dezembro de 1839 transferiu a capital da Província da cidade de Alagoas (hoje Marechal Deodoro), para a vila de Maceió, então elevada a cidade.

A primeira Constituição do Estado foi assinada em 11 de junho de 1891, em meio a graves agitações políticas que assinalaram o início da vida republicana. Os dois primeiros presidentes da República do Brasil, Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, nasceram no estado.


Mapa de Luís Teixeira (c. 1574) com a divisão da América portuguesa em capitanias. A linha de Tordesilhas está deslocada dez graus mais a oeste.

Primeiras notícias

Barra Grande deve ter sido o primeiro ponto do território das Alagoas visitado pelos descobridores, por ocasião da viagem de Américo Vespúcio, em 1501.

Embora não haja referência àquele porto, excelente para a acolhida de navios, como a expedição vinha do norte para o sul, cabe crer que tenha ocorrido ali o primeiro contato com a terra alagoana.

 A 29 de setembro Vespúcio assinalou um rio a que chamou São Miguel, no território percorrido;   a 4 de outubro denominou São Francisco o rio então descoberto, hoje limite de Alagoas com Sergipe.

Sem sombra de dúvida, nas décadas seguintes, os franceses andaram pela costa alagoana, no tráfico do pau-brasil com os selvagens dos arredores.

 Até hoje o porto do Francês documenta a presença, ali, daquele povo.[14]
Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania de Pernambuco,[12] realizou uma excursão ao sul; não há documentos que a comprove, mas há evidências de que tenha sido realizada em 1545 e de que dela resulte a fundação de Penedo, às margens do rio São Francisco.

Em 1556, voltava da Bahia para Portugal o bispo dom Pero Fernandes Sardinha, quando seu navio naufragou defronte da enseada do hoje pontal do Coruripe. Sardinha foi morto e devorado pelos caetés, uma das numerosas tribos indígenas então existentes na região.

 Perdura a crença popular de que a ira divina secou e esterilizou todo o chão manchado pelo sangue do religioso.  Para vingá-lo, Jerônimo de Albuquerque comandou uma expedição guerreira contra os caetés, destruindo-os quase completamente.

Em 1570, uma segunda bandeira enviada por Duarte Coelho, comandada por Cristóvão Lins, explorou o norte de Alagoas, onde fundou Porto Calvo e cinco engenhos, dos quais subsistem dois, o Buenos Aires e o Escurial.  Neste último repousou, em 1601, o corsário inglês Anthony Knivet, que viajara por terra após fugir da Bahia, onde estivera prisioneiro dos portugueses.

A guerra holandesa

No princípio do século XVII, Penedo, Porto Calvo e Alagoas já eram freguesias,  admitindo-se que tais títulos lhes tivessem sido conferidos ainda no século anterior.  Foram vilas, porém, em 1636. 

 Repousando a economia regional na atividade açucareira, tornaram-se os engenhos de açúcar os núcleos principais da ocupação da terra.

 A partir de 1630, Alagoas, atingida pela invasão holandesa, teve povoados, igrejas e engenhos incendiados e saqueados.  Os portugueses reagiram duramente.

 Batidos por sucessivos reveses, os holandeses já desanimavam, pensando em retirar-se, quando para eles se passa o mameluco Domingos Fernandes Calabar, de Porto Calvo.  Grande conhecedor do terreno, orientou os holandeses em uma nova expedição a Alagoas.  Os invasores aportaram à Barra Grande, de onde passaram a vários pontos, sempre com bom êxito.

 Em Santa Luzia do Norte, a população, prevenida, ofereceu resistência.

Após encarniçada peleja, os holandeses recuaram e retornaram a Recife. Mas, caindo em seu poder o arraial do Bom Jesus, entre Recife e Olinda, obtiveram várias vitórias.

Alagoas, Penedo e Porto Calvo: eis os pontos principais onde se trava a luta em terras alagoanas.  Por fim, os portugueses retomaram Porto Calvo e aprisionaram Calabar, que morreu na forca em 1635.  Clara Camarão, uma porto-calvense de sangue indígena, também se salientou na luta contra os holandeses.  Acompanhou o marido, o índio Filipe Camarão, em quase todos os lances e arregimentou outras mulheres, tomando-lhes a frente.

Adicionar Retrato anônimo de Filipe Camarão, século XVII,
Museu do Estado de Pernambuco

Palmares

Por volta de 1641, afirmava um chefe holandês estar quase despovoada a região.

Maurício de Nassau pensou em repovoá-la,  mas o projeto não foi adiante.  Na época também se produzia fumo em Alagoas, considerado de excelente qualidade o de Barra Grande.

Em 1645, a população participou da reação nacionalista, integrando-se na luta sob o comando de Cristóvão Lins, neto e homônimo do primeiro povoador de Porto Calvo. Expulsos os holandeses do território alagoano, em setembro de 1645,  prossegue a população em sua luta contra eles, já agora, todavia, em território pernambucano.

Em fins do século XVII intensificam-se as lutas contra os quilombos negros reunidos nos Palmares.  Frustradas as primeiras tentativas de Domingos Jorge Velho, sobretudo em 1692,  dois anos depois o quilombo é derrotado,   com o ataque simultâneo de três colunas:  uma, dos paulistas de Domingos Jorge; outra, de pernambucanos, sob o comando de Bernardo Vieira de Melo;  e a terceira, de alagoanos, comandados por Sebastião Dias.

Domingos Jorge Velho

Palmares começara a formar-se ainda nos fins do século XVI, e resistiu a sucessivos ataques durante quase um século.

Um dos maiores redutos de escravos foragidos do Brasil colonial,  Palmares ocupava inicialmente a vasta área que se estendia, coberta de palmeiras, do cabo de Santo Agostinho ao rio São Francisco.

A superfície do quilombo, progressivamente reduzida com o passar do tempo, concentrar-se-ia, em fins do século XVII, na ainda extensa região delimitada pelas vilas de Una e Serinhaém, em Pernambuco, e Porto Calvo, Alagoas e São Francisco (Penedo), em Alagoas.  

Os escravos haviam organizado no reduto um verdadeiro estado, segundo os moldes africanos, com o quilombo constituído de povoações diversas (mocambos), pelo menos 11, governadas por oligarcas, sob a chefia suprema do rei Ganga-Zumba.

A partir de 1667, amiudaram-se as entradas contra os negros, a princípio com a finalidade de recapturá-los, em seguida com a de conquistar as terras de que se haviam apoderado.

As investidas do sargento-mor Manuel Lopes (1675) e de Fernão Carrilho (1677)  seriam desastrosas para os quilombolas, obrigados a aceitar a paz em condições desfavoráveis.  Apesar desse revés, a luta prosseguiria, liderada por Zumbi, sobrinho de Ganga-Zumba, contra cujas hostes aguerridas, em seguida a uma primeira expedição punitiva, em 1679,  e a diferentes entradas sem maiores consequências, se voltaria finalmente o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, para tanto contratado pelo governador de Pernambuco, João da Cunha Souto Maior.

Nos primeiros meses de 1694, aliado a destacamentos alagoanos e pernambucanos, sob o comando, respectivamente, de Sebastião Dias e Bernardo Vieira de Melo, Velho liquidaria a derradeira resistência do quilombo.

Zumbi lograria escapar, arregimentando novos combatentes, mas, traído, ver-se-ia envolvido por forças inimigas, com cerca de vinte de seus homens, perecendo em luta, a 20 de novembro de 1695. 

Desaparecia, após mais de sessenta anos, o quilombo dos Palmares, "o maior protesto ao despotismo que uma raça infeliz traçou à face do mundo", no dizer de Craveiro Costa.

Criação da comarca

Já então apresentavam as Alagoas indícios de prosperidade e desenvolvimento, quer do ponto de vista econômico, quer do cultural.

Sua principal riqueza era o açúcar, sendo além disso produzidos, embora em menor escala, mandioca, fumo e milho; couros, peles e pau-brasil eram exportados.  As matas abundantes forneciam madeira para a construção de naus. 

Nos conventos de Penedo e das Alagoas os franciscanos mantinham cursos e publicavam sermões e poesias.  Tudo isso justificou o ato régio de 9 de outubro de 1710, criando a comarca das Alagoas,  que somente se instalou em 1711.  Daí em diante, a organização judiciária restringia o arbítrio feudal dos senhores, e até o dos representantes da metrópole. A comarca desenvolvia-se.

Já em 1730 o governador de Pernambuco, propondo a el-rei a extinção da decadente capitania da Paraíba, assinalava a prosperidade de Alagoas, com seus quase cinquenta engenhos, dez freguesias, e apreciável renda para o erário real.

Ao lado do açúcar, incrementou-se a cultura do algodão.  Seu cultivo foi introduzido na década de 1770;  em 1778, já se exportavam para Lisboa amostras de algodão tecido nas Alagoas.

 Em Penedo e Porto Calvo, fabricava-se pano ordinário, para uso, sobretudo, de escravos.

 Em 1754, frei João de Santa Ângela publicou, em Lisboa, seu livro de sermões e poesias;  é a primeira obra de um alagoano.

 A população crescia, distribuindo-se em várias atividades.  Um cômputo demográfico mandado realizar em 1816 pelo ouvidor Antônio Ferreira Batalha registrava uma população de 89.589 pessoas.

D. João VI de Portugal

Capitania independente

Três anos depois, em 1819, novo recenseamento acusou uma população de 111.973 pessoas.  Contavam-se, então, na província, oito vilas.

Alagoas já se constituíra capitania independente da de Pernambuco, criada pelo alvará de 16 de setembro de 1817. 

A repercussão da Revolução Pernambucana desse ano contribuiu para facilitar o processo de emancipação.  O ouvidor Batalha foi o principal mentor da gente alagoana.  Aproveitando-se da situação e infringindo as próprias leis régias, desmembrou a comarca da jurisdição de Pernambuco e nela constituiu um governo provisório.  Esses atos foram suficientes para abrir caminhos que levaram D. João a sancionar o desmembramento.

Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, governador nomeado, só assumiu o governo a 22 de janeiro de 1819. Acentuou-se a partir de então o surto de prosperidade de Alagoas. 

Em 17 de agosto de 1831 apareceu o Íris Alagoense, primeiro jornal publicado na província, assim considerada a partir da independência do Brasil e organização do império. 

É certo que os primeiros anos de independência não foram fáceis.  Uma sequência de movimentos abalou a vida provincial:
Em 1824, a Confederação do Equador.
Em 1832-1835, a Cabanada; em 1844, a rebelião conhecida como Lisos e Cabeludos;  em 1849, a repercussão da revolução praieira.

Visconde de Sinimbu

Mudança da capital

Em 1839 a capital, então situada na velha cidade das Alagoas, foi transferida para a vila de Maceió, localizada à beira-mar, no caminho entre o norte, o centro e o sul da província.

 No processo de mudança defrontaram-se as duas facções políticas mais importantes, uma chefiada pelo mais tarde visconde de Sinimbu,  outra pelo juiz Tavares Bastos,  pai do futuro pensador Tavares Bastos, nascido, aliás, nesse ano de 1839.  Naquele momento a província possuía oito vilas.

Desde 1835 funcionava a assembleia provincial.
No governo da província sucediam-se os presidentes nomeados pelo imperador, nem sempre interessados pelos destinos da terra, outras vezes envolvidos por lutas partidárias.  A província, contudo, progredia.

 No campo da economia, vale salientar a fundação, em 1857, da primeira fábrica alagoana de tecidos, a Companhia União Mercantil, no distrito de Fernão Velho. Idealizou-a o barão de Jaraguá, contribuindo dessa forma para o fomento da economia regional.

Trinta anos mais tarde, fundou-se a Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos, que em 15 de outubro de 1888 se instalou em Rio Largo. Seguiu-se a esta, em 30 de setembro de 1892, a fundação da Companhia Progresso Alagoano, em Cachoeira.  Dessa atividade têxtil surgiram, com grande prestígio nacional, as toalhas da Alagoana.


O ensino recebeu incentivo com a instalação em 1849, do Liceu Alagoano, destinado ao nível médio;  é hoje o Colégio Estadual de Alagoas.

O ensino primário, já beneficiado em 1864 pelo estabelecimento de uma escola normal,  hoje funcionando sob a denominação de Instituto de Educação, recebeu expressivo impulso com a criação de novas escolas.

 Com a fundação, em 1869, do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano, hoje Instituto Histórico e Geográfico de  Alagoas,
desenvolveram-se os estudos históricos e geográficos.

Do final do império ao início da república, incrementou-se o movimento para a construção de engenhos centrais e aperfeiçoamento técnico da fabricação de açúcar, o que iria dar origem às usinas, a primeira delas constituída, todavia, já no período republicano.

Os movimentos abolicionista e republicano dos últimos anos da monarquia atingiriam a província, o primeiro deles através da Sociedade Libertadora Alagoana e dos jornais Gutenberg e Lincoln. A campanha abolicionista mobilizou a intelectualidade alagoana, sem entretanto chegar aos excessos da violência.

Professores e jornalistas atraíram a mocidade para a campanha, e após a abolição, em 1888, foi um mestre como Francisco Domingues da Silva que teve a iniciativa da criação de um instituto de ensino profissional, destinado aos filhos dos ex-escravos


Deodoro da Fonseca, primeiro Presidente
da República do Brasil.

República

O movimento republicano, intensificado pela abolição, traduziu-se nas atividades da imprensa e clubes de propaganda. O mais importante destes foi o Centro Republicano Federalista, também, de certo, o mais antigo; outros foram o Clube Federal Republicano e o Clube Centro Popular Republicano Maceioense, ambos existentes na capital no momento da proclamação.

No interior havia igualmente outros clubes de propaganda. O Gutenberg era o órgão de imprensa mais veemente na difusão da ideia republicana.

No mesmo dia em que, no Rio de Janeiro, era proclamada a república, em Maceió assumia a presidência o dr. Pedro Ribeiro Moreira, último delegado do governo imperial para a província.  

Confirmada a mudança do regime, organizou-se a princípio uma junta governativa, mas a 19 de novembro o marechal Deodoro designou o irmão, Pedro Paulino da Fonseca, para governar o novo estado.  Foi ele também o primeiro governador eleito após promulgada a constituição estadual, em 12 de junho de 1891.

Perturbados e incertos decorreram os primeiros dez anos de vida republicana, na província. 

Governos se sucediam, nomeados pelo poder central ou eleitos pelo povo, mas quase sempre substituídos ou depostos. 

Constituíram-se várias juntas governativas, numa ou noutra oportunidade.  Somente no fim do século XIX, ou melhor, já nos primeiros anos do século XX, a situação se consolidou com os governos do barão de Traipu e de Euclides Malta, o primeiro da chamada "oligarquia Malta", que se prolongou até 1912.

Euclides governou de 1900 a 1903;  sucedeu-lhe o irmão, Joaquim Paulo, no período de 1903 a 1906;  Euclides voltou ao poder de 1906 a 1909, e, reelegendo-se nesse ano, permaneceu por mais um triênio, até 1912.

Os 12 primeiros anos do século se assinalaram por lutas partidárias.

Contudo, não houve paralisação nas diferentes atividades do estado.

Maceió ganhou numerosos prédios públicos, como o palácio do governo, inaugurado a 16 de setembro de 1902, o Teatro Deodoro e o edifício da municipalidade, ainda hoje existentes. 

Com a atividade pedagógica de Alfredo Rego, procedeu-se à reforma do ensino, atualizando a anterior, ainda dos fins do império, orientada por Manuel Baltasar Pereira Diegues Júnior, criador do Instituto de Professores, posteriormente chamado Pedagogium, iniciativa pioneira na época.

Nova remodelação do ensino se fez em 1912-1914, sob a orientação do segundo daqueles educadores. Criou-se o primeiro grupo escolar.

Em 1912, o Partido Democrata conseguiu derrotar a oligarquia Malta depois de enérgica campanha, em que se registraram ferrenhas lutas de rua, inclusive com a morte do poeta Bráulio Cavalcanti, em praça pública, quando participava de um comício democrático.

Clodoaldo da Fonseca, governador eleito, embora não fosse alagoano, ligava-se ao estado através da família:  era sobrinho de Deodoro e filho de Pedro Paulino e, assim, parente do marechal Hermes, então presidente da república.

As lutas contra os Malta envolveram igualmente os grupos do culto afro-brasileiro. Xangôs e candomblés, diziam os jornais da oposição, tinham o governador Malta como estimulador.

Entre papéis de orações, de panos com símbolos desenhados de Ogum, de Ifá, de Exu, foram encontrados retratos dos chefes democratas da oposição. 

O grupo que apoiava o governador era chamado de Leba, por alusão a uma das figuras do orixá dos xangôs. O que valeu de tudo isso é que o acervo apreendido pela polícia se preservou — peças, objetos, insígnias e símbolos do culto, conservados no museu do Instituto Histórico como uma das coleções mais preciosas do culto afro-brasileiro.

Até 1930 o Partido Democrata manteve a situação, através dos governadores que sucederam a Clodoaldo.  Cada um deles deu uma contribuição para o progresso do estado.  Abriram-se estradas de rodagem em direção ao norte e ao centro, e posteriormente o trecho de Atalaia e a Palmeira dos Índios, estrada de penetração para a zona sertaneja;  construíram-se grupos escolares em quase todos os municípios;  Maceió renovou-se com a abertura de ruas e avenidas;  combateu-se a criminalidade, principalmente com o movimento contra o banditismo, que culminaria, em 1938, com o extermínio do grupo de Lampião;  promoveram-se pesquisas petrolíferas.

As sucessões políticas praticamente se fizeram sem luta, pois quase sempre predominava o candidato único, oriundo do Partido Democrata.

Com a vitória da revolução de outubro de 1930, também sem luta armada no estado, iniciou-se o sistema de interventores (com breve interrupção entre 1935 e 1937) até 1947, quando a redemocratização do país propiciou a promulgação de uma nova constituição para o estado. 

O chamado período das interventorias foi igualmente fecundo, malgrado a falta de continuidade nas administrações, quase sempre de curtos períodos. Nesse período, entre outros fatos marcantes destacaram-se os trabalhos de  pesquisa do petróleo;[50] a construção do porto de Maceió, inaugurado em 1940; o incremento das atividades econômicas, sobretudo com a diversificação da produção agrícola e a implantação da indústria leiteira em Jacaré dos Homens, constituindo-se a cooperativa de laticínios para a produção de leite, manteiga e queijo; o incremento do ensino rural e a ampliação do cooperativismo. Tal desenvolvimento possibilitou que, no período da segunda guerra mundial, Alagoas contribuísse, de maneira efetiva, para o abastecimento de estados vizinhos, sem prejuízo de sua colaboração para o esforço de guerra.

Constituiu-se, com a criação da usina Caeté, a primeira cooperativa de plantadores de cana.

As atividades intelectuais também se desenvolveram, não apenas com o Instituto Histórico, mas ainda com a criação da Academia Alagoana de Letras, em 1919,  e a formação de centros literários de jovens como a Academia dos Dez Unidos, o Cenáculo Alagoano de Letras e o Grêmio Literário Guimarães Passos.  Em 1931, fundou-se a Faculdade de Direito, e em 1954 a Faculdade de Ciências Econômicas.  Depois essas duas faculdades, e mais as de odontologia, medicina, engenharia e serviço social uniram-se para formar a Universidade Federal de Alagoas.

As lutas políticas estaduais ganharam força na década de 1950.  Quando da tentativa de impeachment do governador Muniz Falcão, em 1957, um tiroteio na assembleia legislativa causou a morte do deputado Humberto Mendes, sogro do governador.  E em toda a segunda metade do século XX manteve-se a tensão política, enquanto os ganhos oriundos do sal-gema, do açúcar e do petróleo não beneficiavam a população.

Em 1979, o ex-governador Arnon de Melo, então senador, conseguiu do governo militar a nomeação de seu filho Fernando Afonso Collor de Melo, para prefeito de Maceió. 

Em 1988, um acordo entre Collor, já então governador, e as usinas de açúcar e álcool, principais contribuintes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços no estado, permitiu que estas reduzissem suacarga tributária. 

A queda de receita agravou a histórica crise social e econômica do estado e gerou um quadro falimentar que levou o governo federal a uma intervenção não-oficial em 1997.  Depois de nomeado um novo secretário de Fazenda, o governador Divaldo Suruagy se afastou, cedendo o posto ao vice-governador.


Praia do Gunga

Geografia

Cerca de 86% do território alagoano se encontra abaixo de 300m de altitude, e 61% abaixo de 200m. Apenas um por cento fica acima de 600m.  Cinco unidades compõem o quadro morfológico:[54]
a baixada litorânea,[54] com extensos areais (praias e restingas) dominados por elevações de topo plano (tabuleiros areníticos);
uma faixa de colinas e morros argilosos,  imediatamente a oeste, com solos espessos e relativamente ricos; o pediplano, ocupando todo o interior,  com solos ricos,  porém  rasos, e uma topografia levemente ondulada,  da qual despontam as  serras de Mata Grande e Água Branca,[57] no extremo oeste do estado; a encosta meridional do planalto da Borborema,[54] no centro-norte, parte  mais elevada de Alagoas; e planícies aluviais (várzeas), ao longo dos rios,  inclusive o delta e a  várzea do baixo São Francisco (margem esquerda), com solos anualmente  renovados por cheias periódicas.


Foz do Rio São Francisco

A rede hidrográfica do estado é constituída por rios que correm diretamente para o oceano Atlântico  (como, por exemplo, o Camaragibe,  o Mundaú, o Paraíba do Meio  e o Coruripe) e por rios que deságuam  no São Francisco (como o Marituba,  o Traipu,  o Ipanema,  o  Capiá  e o Moxotó).

Três tipos de cobertura vegetal,  em grande medida modificados pela ação do homem,  revestiam o território alagoano: a floresta tropical na porção úmida do estado (microrregião da mata alagoana);  o agreste, vegetação de transição para um clima mais seco, no centro;   e a caatinga, no oeste.[54] Toda a metade oriental do estado possui clima do tipo As, de Köppen,  quente (médias anuais superiores a 24°C),  com chuvas de outono-inverno relativamente abundantes (mais de 1.400mm).

No interior dominam condições semi-áridas,  clima BSh, caindo a pluviosidade abaixo de 1.000mm;  essa região está incluída no chamado Polígono das Secas. 

As estações do ano são perfeitamente definidas pela periodicidade das chuvas.
O verão tem início em setembro e termina em fevereiro e o "inverno" começa aproximadamente em março, terminando em agosto. A temperatura não sofre grandes oscilações, variando, no litoral,[58] entre 22,5 e 28°C,  e no sertão,  entre 17 e 33°C.

O estado encontra-se com 44,36% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Demografia

Cor/Raça Porcentagem
Brancos 36%
Negros 3%
Pardos 59%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).

A população branca do estado é descendente em sua grande parte de portugueses. Os pardos são compostos da mistura entre negros, índios e brancos. Os índios não apareceram na pesquisa, embora haja presença indígena no interior do estado. Os autodeclarados negros perfazem o menor grupo étnico alagoano. Atualmente, um expressivo número de estrangeiros, principalmente da Itália, Portugal, Espanha e Inglaterra, tem procurado residência em Alagoas, estabelecendo-se principalmente na região litorânea, atraídos pelas belezas naturais.

Indicadores

As pessoas na faixa etária de 0 a 14 anos representam 40,3% do total da população; os habitantes na faixa etária de 15 a 59 anos respondem por 53,3% do total e aqueles de 60 anos ou mais representam apenas 6,4% da população. Um total de 58,3% da população vive nas zonas urbanas, enquanto 41,7% encontram-se na zona rural. A população de mulheres corresponde a 51,2% do total de habitantes e os homens somam 48,8%. 

O  índice de mortalidade do Estado é de 6,2 por mil habitantes e a taxa de mortalidade infantil é de aproximadamente 66 óbitos antes de completar um ano de idade, para cada mil crianças nascidas vivas. [carece de fontes]

Alagoas apresenta o menor IDH do Brasil: 0,677, equivalente ao IDH do Gabão, 119º do mundo. 

As cidades do Litoral e o centro do estado apresentam IDH médio, que varia de 0,551 a 0,750.

Enquanto as cidades do oeste, mais conhecido como "sertão", apresentam IDH baixo, que varia de 0,460 a 0,560.[carece de fontes]

Crescimento populacional

Ano Habitantes
1872 348.009
1890 511.440
1900 649.273
1920 978.748
1940 951.300
1950 1.093.137
1960 1.258.107
1970 1.588.109
1980 1.982.591
1991 2.512.991
1996 2.633.251
2000 2.819.172
2007 3.037.103
2010 3.120.922

Fontes: Barsa Planeta Ltda e IBGE



Fonte:
Wikipédia a Enciclopédia Livre

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